sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A bomba nuclear da Ilha Tybee

Bomba termonuclear Mark 15



Muitos viram o filme de 2000 Homens de Honra (Men of Honor), do diretor George Tillman, com Cuba Gooding Jr. e Robert De Niro, que conta a vida de Carl Brashear, o primeiro afro-americano a ser mergulhador chefe da marinha dos Estados Unidos, e lembram que um bombardeiro americano B-52, carregando quatro bombas de hidrogênio, colidiu em Palomares, Espanha, com um avião de abastecimento em 1966.

Três bombas foram recuperadas, e dois meses depois, ocorreu o acidente com Brashear na recuperação da quarta bomba. Brashear teve a perna amputada, mas impediu uma explosão nuclear.

O que muitos não sabem, é que em 5 de fevereiro de 1958, um bombardeiro B-47, que transportava uma bomba termonuclear Mark 15, colidiu com um caça F-86 Sabre em missão de treinamento, na costa leste dos Estados Unidos, nas imediações da Ilha Tybee, a alguns quilômetros da cidade de Savannah, no estado da Geórgia.




Caça F-86 Sabre



Bombardeiro B-47


Após o impacto, o tenente Clarence Stewart, que pilotava o F-86, constatou que a asa de seu avião estava avariada e ejetou-se. Enquanto isso, o bombardeiro B-47, tripulado pelo coronel aviador Howard Richardson, e outros dois oficiais, Bob Lagerstrom e Leland Woolard, teve seus tanques de combustível seriamente danificados.

Após três tentativas mal-sucedidas de pouso, o coronel Richard lançou a bomba no mar, na área de Wassau Sound, para prevenir uma terrível catástrofe com a queda do bombardeiro.

Por dois meses a marinha fez buscas incessantes e infrutíferas, pois a bomba nunca foi localizada. Nos anos seguintes as buscas continuaram sem resultados.

Finalmente, a marinha concluiu que a remoção do artefato, que segundo a força aérea estava incompleto, pois não havia sido configurado com uma cápsula nuclear, (contrariando um documento do Congresso americano datado de 1966, que afirmava que a bomba estava completa, e continha cargas de plutônio e urânio), não deveria ser feita, devido ao risco de uma séria explosão, caso os explosivos ainda estivessem intactos.

Uma comissão de moradores de Savannah, como o oficial reformado da força aérea Derek Duke, organizou uma expedição subaquática no Atlântico, que detectou altas taxas de radiação na costa de Savannah em 2004. Os moradores questionam o relatório da força aérea de 2005, que afirmava que "o nível de radiação encontrado é devido ao processo radioativo da deterioração de depósitos minerais naturais na área".

Enquanto não se chega a uma conclusão, a queda-de-braço entre cidadãos georgianos e o governo americano continuará, com graves conseqüências para humanos, fauna e flora, e o risco de uma explosão acidental.


Tradução: Carlos de Castro


Fonte: NPR

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