sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Brasileiros são mais europeus do que se imaginava

Operários, Tarsila do Amaral



Os brasileiros são bem mais europeus do que africanos. Esqueça todas as análises já feitas com base em conceitos como raça e cor da pele.

O primeiro grande estudo a medir a ancestralidade da população do país a partir de sua genética revela uma participação europeia muito maior do que se imaginava, preponderante em todo o território, inclusive nas regiões Norte e Nordeste.

As conclusões estão na pesquisa coordenada pelo geneticista Sérgio Danilo Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais, e publicada na revista científica "PLoS".

O trabalho revelou que, em todas as regiões, a ancestralidade europeia é dominante, com percentuais que variam de 60,6% no Nordeste a 77,7% no Sul.

Mesmo as pessoas que se denominam negras pelos critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentam, na verdade, uma alta ancestralidade europeia. Para se ter uma ideia, na Bahia, os negros tem 53,9% de raízes europeias.

Na análise dos especialistas envolvidos no trabalho, a "europeização" do Brasil se deu a partir do fim do século XIX, com o fim do tráfico negreiro e da escravidão e o início do fluxo migratório de aproximadamente 6 milhões de trabalhadores europeus.

Para além do impacto histórico e antropológico que os resultados do novo estudo podem ter, Sérgio Pena ressalta ainda a sua importância do ponto de vista médico: os tratamentos podem ser mais homogêneos do que se imaginava.

Formada por três diferentes raízes ancestrais, indígena, europeia e africana, a população brasileira sempre se acreditou muito heterogênea.

Mas o estudo conclui que, independentemente de eventuais classificações baseadas na cor da pele, os brasileiros são muito homogêneos do ponto de vista de sua ancestralidade.


Fonte: O Globo Online

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