Infiltração de rochas das profundezas da Terra causou o padrão de escoamento que fez com que o Rio Colorado escavasse o cânion.
Uma depressão com profundidade média de mais de 1 km e escavada, ao longo de 6 milhões de anos, pelo Rio Colorado, o Grand Canyon é não só uma importante atração turística do oeste americano como também uma preciosa fonte de informação científica, já que a vala aberta pelo curso do rio expõe camadas rochosas de diferentes eras geológicas.
As paredes do Grand Canyon expõem rochas de diferentes eras geológicas
De acordo com o trabalho de Alan Levander, da Universidade Rice, e colegas, abaixo do platô do Colorado, onde fica o Canyon, o manto superior – a parte profunda da litosfera, a camada mais externa do globo terrestre – está afundando, e arrastando consigo a crosta.
Essa imersão do manto, por sua vez, abre espaço para que rocha de uma região ainda mais profunda, a astenosfera, se projete para cima. Essa projeção pode causar uma elevação do terreno, ou uma depressão ainda mais intensa da superfície.
A profundidade média do Grand Canyon é de 1 km, mas chega a 2 km em seu ponto mais profundo
“À medida que a astenosfera se eleva, uma pequena porção dela derrete”, explicou Levander ao iG. “Esse material derretido se infiltra na litosfera e então congela, formando uma camada densa”. Se a densidade final for maior que a da litosfera anterior, o combinado de rochas afunda.
O processo interferiu no desenho do Canyon, disse Lavender. “A elevação do terreno fez com que a drenagem no sul das Montanhas Rochosas se reorganizasse, e foi essa elevação que permitiu que o Colorado escavasse o Canyon”.
O processo de elevação e erosão, afirma o cientista, está ocorrendo há cerca de 35 milhões de anos, e deve continuar por todo o platô. Isso não significa, no entanto, que a erosão contínua vá fazer com que a crosta terrestre desapareça de vez na região.
“A astenosfera nunca fica exposta”, disse ele. “Ela começa a esfriar e forma uma nova camada litosférica por baixo da crosta. No fim, a litosfera do platô vai esfriar o suficiente para afundar de novo, depois que a camada abaixo tiver sido erodida”.
Artigo que descreve as conclusões do grupo aparece na edição desta semana do periódico científico Nature.
Fonte: IG
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