A novidade científica foi descrita em artigo do doutorando em Biologia da USP de Ribeirão Preto Marco Aurélio Gallo de França, bolsista da Fapesp, seu orientador Max Cardoso Langer e o paleontólogo Jorge Ferigolo, da FZB/RS, publicado pela revista alemã Naturwissenschaften.
O material foi encontrado no município de Dona Francisca pelos paleontólogos Jorge Ferigolo, Ana Maria Ribeiro e Ricardo Negri, do Museu de Ciências Naturais da FZB/RS.
O grupo removeu um bloco de rocha de meia tonelada no qual estavam crânios de predadores do Triássico. Os fósseis ficaram depositados no museu e, em 2007, passaram a ser estudados por Franço, Langer e Ferigolo.
As conclusões começaram a ser publicadas agora e indicam a descoberta de uma nova espécie, com 2,5 metros de comprimento, pertencente ao grupo de répteis rauisuchia.
Hábitos diferentes. Mas a maior novidade está nos hábitos do animal, mais complexos que os do grupo dos arcossauros, da mesma era.
"Pensava-se que os raiusuchia eram do topo da cadeia alimentar e viviam sozinhos. A descoberta de que uma das espécies vivia em conjunto quebra esse paradigma", avalia França.
Os fósseis indicam que o réptil tinha atividades grupais como, possivelmente, a caça. Dos restos de dez indivíduos encontrados, nove estavam sobrepostos. "Isso indica comportamento social; eles estavam próximos antes de morrer", diz o doutorando.
O nome dado ao réptil, Decuriasuchus quartacolonia, considera suas características. Decúria se refere à unidade do exército romano constituída por dez soldados; suchus é um termo grego para um deus egípcio com cabeça de crocodilo; e Quarta Colônia é a região do Estado onde estavam os fósseis.
Como o material contém partes amontoadas, os pesquisadores descartam a montagem de um esqueleto para exibição.
Fonte: Estadão
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