Estudo analisou a estrutura ocular de fósseis de dinossauros e comprovou que havia diferença nos hábitos de cada espécie.
A partir da análise dos registros fósseis de um osso que existe em pássaros e lagartos, chamado anel esclerótico, pesquisadores conseguiram comprovar que alguns dinossauros tinham a pupila mais aberta, própria para visão noturna.
Esse anel circunda a íris, determinando a largura da pupila. O estudo desmente o conceito de que os dinossauros do Mesozóico, de 250 milhões a 65 milhões de anos atrás, tinham atividade exclusivamente diurna, deixando a noite para os pequenos mamíferos.
Durante seis anos e meio, pesquisadores da universidade da Califórnia mediram o osso ocular de 33 fósseis de dinossauros, pássaros ancestrais e pterossauros.
O diâmetro de cada osso estudado variou de um a 10 centímetros, e revelou novos padrões do ecossistema.
De acordo com o estudo, pequenos carnívoros, como os velociraptors, eram caçadores noturnos. Grandes dinossauros herbívoros tinham atividades tanto durante o dia quanto durante a noite, provavelmente pelo fato de terem de comer grandes quantidades, o que levava muito tempo, com direito a “siestas” nas horas mais quentes do dia para evitar o superaquecimento do corpo. O mesmo acontece com grandes herbívoros contemporâneos, como os elefantes.
Pterossauros e aves pré-históricas eram mais ativas durante o dia. Os pesquisadores não puderam estudar grandes carnívoros, como o temido Tyrannosaurus rex, por não haver registro fóssil suficiente do anel escleral.
A variação nos padrões de atividade diária facilita a divisão do uso do habitat e de seus recursos entre as espécies.
“Conseguimos reconstruir o ecossistema, agora que sabemos em que período cada dinossauro era mais ativo, e também começamos a entender melhor a interação deles”, disse ao iG Lars Schimitz, professor do departamento de Evolução e Ecologia da Universidade da Califórnia e autor do estudo publicado na edição desta semana do periódico científico Science.
Na imagem é possível ver o anel escleral do Protoceratops andrewsi, um grande herbívoro
Os pesquisadores também analisaram a estrutura em outras 164 espécies contemporâneas. Humanos não têm anel esclerótico.
“Como sabemos os hábitos dos animais que vivem nos dias de hoje, pudemos comparar com a estrutura ocular a dos fósseis de dinossauros”, disse Schimitz.
“A descoberta foi uma surpresa, embora faça todo o sentido”, completou Ryosuke Montani, também autor do estudo.
Fonte: IG
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