Os anfíbios em todo o mundo estão em crise. Estima-se que 40% das espécies tiveram redução em número de suas populações nos últimos 30 anos. Um novo estudo se volta para museus para investigar os motivos desse declínio.
A análise de amostras de DNA da pele de espécimes preservados em coleções feita por Tina Cheng, da Universidade do Estado de San Francisco, nos Estados Unidos, e colegas indicou um padrão e um possível culpado.
De acordo com o trabalho, que será publicado esta semana no site da revista Proceedings of the National Academy of Sciences, salamandras encontradas em partes do México e da Guatemala e sapos e salamandras da região de Monteverde, na Costa Rica, começaram a desaparecer no mesmo período em que o fungo Batrachochytrium dendrobatidis foi introduzido por essas áreas.
Os espécimes analisados permitiram aos pesquisadores traçar a epidemia do fungo desde o início da década de 1970, no sul do México. A partir dali, o fungo teria se espalhado ao sul para a Guatemala, nas décadas de 1980 e 1990, e para a Costa Rica, em 1987.
Em Monteverde, a situação começou a preocupar quando duas espécies de anfíbios simplesmente desapareceram: o sapo-dourado (Bufo periglenes) e a rã-arlequim (Atelopus varius).
A tamanha velocidade da extinção – o sapo-dourado, por exemplo, sumiu em apenas três anos – levou cientistas a investigar possíveis motivos, como o aquecimento global, seca ou infecções.
A análise do DNA da pele de espécimes do Museu de Biologia de Vertebrados da Universidade da Califórnia em Berkeley permitiu apontar que, pelo menos no caso das duas espécies, a infecção por fungo foi o motivo mais provável pela extinção súbita.
O mais antigo sinal de infecção por Batrachochytrium dendrobatidis identificado pelo grupo foi em um exemplar capturado em 1972.
“Os anfíbios são sobreviventes há muito tempo. Eles estão aqui há cerca de 360 milhões de anos e conseguiram resistir a quatro extinções em massa.
Até há pouco os anfíbios estavam muito bem, mas algo sem precedentes e realmente preocupante tem acontecido com eles há 40 anos”, disse Vance Vredenburg, do museu em Berkeley, outro autor do estudo.
Fonte: UOL
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