As fêmeas de Australopithecus tendiam a abandonar o grupo na qual nasciam para unir-se a outro, enquanto os machos permaneciam em seu lugar de nascimento original, segundo um estudo sobre os primeiros hominídeos que viviam nas cavernas de Sterkfontein e Swartkrans, na África do Sul.
A pesquisa, publicada no último número da revista Nature, aponta que as fêmeas hominídeas eram mais propensas que os machos a sair de seu grupo natural, um comportamento característico dos chimpanzés, mas não dos gorilas e da maioria do resto de primatas.
Avaliar como os primeiros hominídeos usavam a terra e como se movimentavam pelo território era um problema para os pesquisadores a partir de análise morfológicas e filogenéticas.
O grupo de cientistas liderado pela paleoantropóloga da Universidade do Colorado (EUA) Sandi Copeland utilizou um indicador geoquímico - isótopos de estrôncio que se encontram no esmalte dental - para determinar os movimentos de diversos hominídeos.
Os pesquisadores estudaram oito espécies de Australopithecus africanus, assim como 11 indivíduos da espécie Paranthropus robustus.
A análise dos isótopos de estrôncio presentes na dentadura é um bom indicador do substrato geológico no qual vivia um espécime enquanto se produzia a mineralização de seus dentes.
Segundo a pesquisa, uma grande proporção dos menores hominídeos estudados - por isso que se afirma que são fêmeas - mostram composições de isótopos de estrôncio que não se encontram na região na qual viviam esses indivíduos, o que indica que se transferiram para aquela zona em algum momento de sua vida.
Pelo contrário, só uma pequena proporção dos espécimes que se acredita que eram machos procediam de um entorno diferente daquele no qual se encontraram.
Fonte: Terra
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