quarta-feira, 8 de junho de 2011

WWF: Várias das 600 espécies descobertas em 10 anos no Madagascar estão ameaçadas

Novas espécies descobertas em dez anos de pesquisas em Madagascar já estão sob risco de extinção, alertou a organização ambiental WWF. (Foto: Patrick Schonecker / WWF Madagascar)


Mal conhecidas dos cientistas, novas espécies descobertas em uma década de pesquisa em Madagascar já estão sob risco de extinção, alertou a organização ambiental WWF em um novo relatório.

Segundo a ONG, entre 1999 e 2010 foram descobertas 615 espécies de animais - quase uma a cada semana.

O balanço inclui 385 plantas, 69 anfíbios, 61 répteis, 42 invertebrados, 41 mamíferos e 17 peixes.

Entre as novas espécies está uma lagartixa que chamou a atenção dos cientistas pela sua capacidade de mudar de cor.

O animal tem uma coloração cinzenta e levemente marrom semelhante à da copa das árvores - o que lhe protege da visão de predadores - mas fica azul na época do acasalamento.


Entre 615 espécies novas desde 1999 estão 11 de camaleão, como o Furcimer timoni (© Jom Kohler / WWF Madagascar)


Desde 1999, a ilha no sudeste africano colaborou com 11 novas espécies de camaleões - entre as quais o Furcifer timoni, de um verde vibrante e pontos vermelhos e azuis na cabeça.

O camaleão vive nas florestas tropicais isoladas de Montagne d'Ambre, a 850 metros acima do nível do mar.


Esta lagartixa Phelsuma borai surpreendeu os cientistas pela capacidade de ficar azul na época do acasalamento (© Frank Glaw / WWF Madagascar)



Outra espécie que teve destaque foi a lagartixa Uroplatus pietschmanni, que tem o disfarce perfeito para se confundir com as árvores (© Ben Smith / WWF Madagascar)


' O relatório sublinha o caráter único e insubstituível dos ecossistemas existentes em Madagascar', disse o porta-voz do WWF Mark Wright. (© Axel Strauss / WWF Madagascar)


O balanço de descobertas desde 1999 compreende 385 plantas, 69 anfíbios, 61 répteis, 42 invertebrados, 41 mamíferos e 17 peixes. (© Axel Strauss / WWF Madagascar)


A rã Boophis bottae vive nas florestas do leste do país, a altitudes entre 800 m e 1.000 m acima do nível do mar. (© Axel Strauss / WWF Madagascar)


Entretanto, as espécies estão ameaçadas pela perda de ecossistemas. Mais de um milhão de hectares de mata foram derrubados desde 1999 (© Axel Strauss / WWF Madagascar)



Outro problema é a extração ilegal de madeira, principalmente depois que um golpe em 2009 minou a capacidade do país de patrulhar seus inúmeros parques naturais. (© Sebastian Gehring / WWF Madagascar)


Este lêmure, Microcebus berthae, é considerado o menor primata do mundo. Tem apenas 10 cm de comprimento e pesa 30 gramas. (© Louise Jasper / WWF Madagascar)


O primata vive no parque nacional de Kirindy Mitea, no oeste de Madagascar. (© Harald Schuetz / WWF Madagascar)


Outros animais incluem cobras, rãs e um lêmure que é considerado o menor primata do mundo. Tem apenas 10 cm de comprimento e pesa 30 gramas.

"Este relatório sublinha o caráter único e insubstituível dos ecossistemas existentes em Madagascar", disse o conselheiro de conservação o WWF britânico, Mark Wright.

Entretanto, lamentou o cientista, as novas espécies mal passaram a figurar nos livros de ciência e já estão ameaçadas.

Entre as ameaças a ONG destaca o desmatamento e a perda de ecossistemas. Mais de um milhão de hectares de mata foram derrubados e a extração ilegal de madeira voltou a subir.

Após um golpe de Estado em 2009, o país sofreu com a dificuldade de patrulhar inúmeros parques naturais, que ficaram a mercê de contrabandistas de madeira.

"Estamos trabalhando para estabelecer uma rede de áreas protegidas na ilha e para promover alternativas de renda sustentáveis, o que ajudaria as pessoas em Madagascar a viver em harmonia com a riqueza natural ao seu redor."


Fonte: BBC

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