sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Cientistas criam arquivo digital de fósseis em 3-D

Segurança. Digitalização permite que se manuseie réplicas em gesso, explica Hublin

Escaneamento de restos escavados por arqueólogos permite aos paleoantropólogos o acesso a distância às peças armazenadas em museus.

Pesquisadores de Leipzig, na Alemanha, estão compilando em Tel Aviv, Israel, um arquivo digital de artefatos arqueológicos de todo o mundo. Criado para sublinhar o contraste entre os neandertais e os homens modernos, pode revolucionar esse campo.

Os fósseis de cerca de três dúzias de indivíduos, escavados em cavernas no norte de Israel, estão estocados atrás de uma porta que poderia ser confundida com o depósito do faxineiro, perto da entrada do Instituto de Anatomia da Universidade de Tel Aviv.

O que torna esse conjunto de ossos único é o fato de eles serem de duas espécies diferentes de homem.

A decifração genética dos neandertais, feita no ano passado, deu força à hipótese de que eles teriam interagido com o Homo sapiens, entre 65 mil e 90 mil anos atrás. Os fósseis achados em Israel são analisados com o objetivo de testar essa ideia.

"No que me diz respeito, eles pertencem à minha família", diz o pesquisador Jean-Jacques Hublin, paleoantropólogo do Instituto Max Planck, em Leipzig.

Ele e sua equipe estão escaneando os fósseis, o que permitiria a outros pesquisadores os estudarem a distância, além da observação de detalhes difíceis de ver a olho nu. Imagens semelhantes foram produzidas em vários países da África e da Europa.

O equipamento usado produz imagens 3-D com precisão de milésimos de milímetro. E, se houver motivo para o manuseio de alguma peça, em menos de meia hora uma impressora 3-D cria uma réplica de gesso.

As pesquisas com esses fósseis já geraram algumas hipóteses, como a de que o neandertal tinha grande resistência para caminhadas, mas não saltava ou corria tão bem quando o homem moderno.




Fonte:
Estadão

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