Saindo de Belém e após uma viagem de duas horas e meia pelas estradas federais e estaduais, chega-se à cidade onde até o pôr-do-sol tem algo de diferente.
Onde, num dia como outro qualquer há 30 anos atrás, algo veio do céu trazido num objeto estranho.
Em Colares, pode-se dizer que as usuais músicas de tecnobrega, melody ou carimbó que se ouve nas rádios mistura-se no inconsciente de quem lá chega com a música tema de “Arquivo X”.
Se a verdade está lá fora, como argumenta Chris Carter na abertura da série televisiva, Colares é, desde o final da década de 70, alvo da atenção de estudiosos e entusiastas de fenômenos extraterrestres. A ilha é conhecida por aqui como a cidade dos ETs, a exemplo de Roswell, nos EUA.
Para que a história envolvendo incidentes ocorridos em 1977 - ano em que a operação Prato aconteceu - gerasse livros e filmes, demorou cerca de 30 anos.
Prato, realizada pela FAB, foi organizada por causa dos boatos que apontavam dezenas de pessoas atacadas por um ser estranho que chupava sangue.
Ufos no cinema
Postado no site You Tube em setembro deste ano, “Ufos na Amazônia” propõe outro olhar sobre a história, descrevendo as investigações que se deram ao fato e apresentando a região com ênfase nas suas belezas naturais e como um importante polo turístico no Estado.
“Em 77 eu era moleque, mas acompanhei essa história. Tinha pessoas da minha vida que moravam em Colares e constataram que é verdade, que a cidade é um ponto de pouso. Aí eu conheci o Manoel na universidade e descobrimos que tínhamos o mesmo hobby, a fotografia. No ano passado, adquirimos uma câmera fotográfica que filma em HD e resolvemos um tema que tivéssemos afinidade para fazer um documentário”, contou Elias Silva, diretor e apresentador do filme.
Ele é, na verdade, engenheiro eletricista por formação, mas entusiasta do cinema, assim como o físico Manoel.
“No nosso documentário, mostramos a exuberância amazônica, dando muitas informações sobre Colares, o potencial turístico do lugar onde fenômenos ufológicos ocorrem até hoje. O ufólogo Umberto de Araújo Freitas, ‘Beto’, que comanda uma rádio comunitária lá, fez um levantamento histórico onde consta que uma nave de mais de 100 metros sobrevoou a cidade e que mais de 100 pessoas foram atendidas na unidade de saúde”, continuou Elias, acrescentando que Beto afirmou no filme que também há registro de aparições de Ufos em Santo Antônio do Tauá.
TESES E HIPÓTESES
No documentário, algumas teses foram levantadas. “Como as pessoas recontam que tiveram sangue sugado e ficavam prostradas mais de um mês na cama, temos a suspeita de que sua energia vital era sugada”, apontou Elias, que acrescentou que a intenção, já que Colares havia sido tema de um documentário, foi mostrar como chegar à ilha e os pormenores da vida por lá.
“Colares é a Roswell brasileira? Existe uma teoria dos cientistas que já visitaram a cidade de que ela foi escolhida como ponto de pouso porque está próxima à linha do Equador. E vista da Estratosfera, ela forma uma triangulação semelhante ao que é o Triângulo das Bermudas. Outros dizem que ela tem um magnetismo especial. Tem gente que visita a ilha e acaba ficando lá, como o ufólogo Hilberto de Araújo Freitas, que cataloga os casos de avistamentos de objetos voadores no local”, frisou o diretor, adiantando alguns aspectos do filme.
COLARES EM DESTAQUE
Fica claro ao longo do filme que o foco não é mostrar os relatos e recontar as ocorrências de fenômenos ufológicos ocorridos na ilha, mas sim tentar mostrar, com didatismo – o que torna o filme na verdade um documentário jornalístico -, que motivos tornaram Colares propícia para os extraterrestres se aventurarem.
Segundo Elias, finalizar o trabalho, por mais simples que tenha sido a execução, foi difícil. “Tivemos que superar diversos obstáculos, desde a deficitária falta de incentivos até os escassos recursos tecnológicos disponíveis em nossa capital, mas foi um desafio que já nos motivou a realizar outro filme na ilha do Combu, onde vamos fazer uma pesquisa e documentar, em janeiro do ano que vem, a queda de um asteroide há dois anos”.
“O ser humano por natureza gosta de fenômenos que não são explicados, tem um fascínio pelo desconhecido. Tudo que vai de contra a algumas crenças, interesses, desperta curiosidade, então espero que o vídeo continue sendo visto e comentado. Queremos ainda fazer uma sessão em Colares para a população, e estamos atrás de apoio para isso”, resumiu Elias.
Para ele, a repercussão que já foi causada na internet – pouco mais de mil visualizações -, com gente entrando em contato, querendo conhecer a cidade, serve para propagar a história e tornar a cidade referência turística também, como aconteceu com Varginha, em Minas Gerais.
Fonte: Diário do Pará
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