Cientistas documentam mais de 1,3 mil espécies no Suriname

O sapo Ameerega trivitatta é fotografado transportando girinos nas costas

Uma expedição científica em uma das últimas florestas tropicais primitivas do mundo revelou uma incrível diversidade de espécies e uma extraordinária herança cultural, anunciou nesta quarta-feira a Conservation International (CI).

A organização divulgou os resultados de uma pesquisa científica realizada no sudoeste do Suriname que documentou quase 1,3 mil espécies, incluindo 46 que podem ter sido documentadas pela primeira vez.

A investigação de três semanas ocorreu entre agosto e setembro de 2010 e explorou três pontos remotos ao longo dos rios Kutari e Sipaliwini, perto da aldeia de Kwamalasumutu.

O objetivo dos cientistas era documentar a biodiversidade da região, ainda pouco conhecida, e ajudar a desenvolver oportunidades de ecoturismo sustentável para a população indígena.

A pesquisa foi conduzida por uma equipe de 53 cientistas, indígenas e estudantes, que registraram a diversidade e a situação de plantas, peixes, répteis, anfíbios, insetos, aves, pequenos mamíferos e mamíferos de grande porte.

Entre os resultados do trabalho, os cientistas relatam novas espécies - que incluem oito peixes de água doce e dezenas de novos insetos, como besouros aquáticos, escaravelhos e gafanhotos.

Este gafanhoto verde (Steirodon sp.) come apenas plantas e canta à noite para atrair parceiros

Oocyclus sp.

Pterodoras aff. granulosus

Imparfinis aff. stictonotus

Pseudacanthicus sp.

Hypsiboas sp. ou Sapo Cowboy

Hypsiboas sp. ou Sapo Cowboy

Vestria sp.

Argia sp. 1 (Odonata, Coenagrionidae)

A espécie Stilodes sedecimmaculata é encontrada somente no escudo das Guianas. Existem mais de 35 mil espécies de besouros de folha no mundo e muitos se alimentam somente em um determinado tipo de planta

Gafanhotos da espécie Copiphora longicauda foram observados durante a pesquisa no sudoeste do Suriname em agosto e setembro de 2010

Imagem de uma lagarta (Eudesmia sp.) coberta com gotas de orvalho

As fêmeas da espécie de aranha Micrathena cyanospina são muito grandes e adornadas com um par de espinhos. Os machos, ao contrário, são minúsculos

A Coprophanaeus lancifer é a maior espécie de escaravelho na região neotropical. Enquanto o armamento na maioria das espécies animais é limitado aos machos, as fêmeas desta espécie possuem um longo chifre na cabeça, usado para lutar com outras mulheres. Os machos também usam o longo chifre para lutar pelas fêmeas

Besouros Cyrtonota lateralis também foram registrados no sudoeste do Suriname pela equipe de cientistas

A espécie Thecadactylus rapicauda lambe seu globo ocular, pois seus grandes olhos verticais com pupilas elípticas não tem pálpebras

A rã Phyllomedusa tomopterna é uma espécie que indica que a floresta tropical está saudável

Este pequeno escaravelho (Trichillum pauliani) tem apenas alguns milímetros de comprimento e é coberto com cerdas. Escaravelhos são importantes para a manutenção de ecossistemas, pois enterram resíduos animais, removem parasitas e dispersam sementes

A espécie de gafanhoto Loboscelis bacatus era anteriormente conhecida apenas na Amazônia do Peru. Gafanhotos são reconhecidos pelos cientistas como indicadores de perturbação do habitat de um ecossistema e tendem a não se dispersar muito de seu habitat natural

O sapo com chifres (Ceratophrys cornuta) tem uma boca excepcionalmente grande, o que permite que ele possa engolir presas que são quase tão grandes quanto seu próprio corpo - incluindo ratos e outros sapos

O cientista da CI Trond Larsen afirmou que foi um privilégio explorar o local. "É emocionante estudar estas florestas remotas onde novas incontáveis descobertas podem acontecer, especialmente porque acreditamos que proteger essas paisagens enquanto permanecem imaculadas proporciona talvez a maior oportunidade para a manutenção da biodiversidade de importância global e dos ecossistemas dos quais dependem as gerações futuras", disse.

Fonte: Terra