Uma equipe internacional de primatólogos conseguiu capturar as primeiras imagens de uma nova espécie de macaco de cara chata, a qual foi descoberta há dois anos no norte de Mianmar e deve contar com menos de 330 animais.
"Trata-se dos primeiros testemunhos do animal em seu habitat natural", destacou o biólogo birmanês Ngwe Lwin, da Associação de Conservação da Natureza e a Biodiversidade de Mianmar, durante a apresentação das fotos.
Este trabalho de mapeamento de espécie também contou a participação das organizações Fauna & Flora International, a Biodiversity and Nature Conservation Association e a People Resources and Conservation Foundation.
Jeremy Holden, que coordenou a colocação das câmaras, indicou que não foi um trabalho simples, já que tiveram que enfrentar as nevadas de janeiro e as persistentes precipitações de abril.
As dificuldades eram ainda maiores pelo fato dos especialistas desconhecerem o lugar exato onde habitava a comunidade de macacos de cara chata descoberta em 2010.
A espécie, batizada de Rhinopitecus strykeri, se destaca ao apresentar uma pelagem inteiramente negra e caudas "relativamente" longas, que equivalem a uma vez e meia o tamanho de seu próprio corpo.
Embora a espécie seja nova para a ciência, o macaco de cara chata é conhecido pelos caçadores da região, que afirmam que o "nwoah" (no idioma local) é relativamente fácil de ser encontrado, já que o animal começa a espirrar quando chove.
Para evitar a entrada de água de chuva no nariz, estes símios costumam passar os dias chuvosos sentados com a cabeça entre os joelhos.
Já nos meses de verão, entre maio e outubro, os macacos vivem nas montanhas e só descem no inverno, quando a comida começa a faltar.
O primatólogo Frank Momberg, da Fauna & Flora International, se reuniu com vários caçadores locais e descobriu que entre 260 e 330 animais da espécie se concentram em uma área de 270 km² nas margens do rio Maw, situado no estado de Kachin, no nordeste de Mianmar.
Os macacos encontrados vivem isolados devido às características de Kachin, o qual conta com duas barreiras naturais, os rios Mekong e Salween.
Na China e no Vietnã existem algumas espécies de macacos de cara chata. Porém, esta é a primeira vez que a comunidade científica internacional consegue localizar o animal em Mianmar.
Fonte: Terra
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