quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Portugal: Igreja rejeita Maçonaria


"Não é compatível" ser maçon e católico, diz o cardeal patriarca de Lisboa. O "parecer negativo" dado pela Igreja à Maçonaria é "imutável", afirma o Vaticano.

Não terá sido a última voz a levantar-se sobre a questão da Maçonaria, mas foi, talvez, das mais surpreendentes: D. José Policarpo aproveitou a conferência de Imprensa do Conselho Permanente da Conferência Episcopal para colocar os pontos nos is e afirmar peremptoriamente que "não é compatível ser católico e maçon", porque a Maçonaria "rejeita aquilo que é essencial da fé, a aceitação da Palavra de Deus e da revelação sobrenatural".

O cardeal patriarca de Lisboa entrou na polêmica gerada em torno da Loja Mozart e distanciou a Igreja dessa matéria.

Aliás, diz o patriarca, esta "não é uma questão de primeiro plano, neste momento". Sem, no entanto, fugir às perguntas dos jornalistas, D. José Policarpo acabaria por fazer uma breve história da Maçonaria - (teve origem "canônica, nasceu dentro da Igreja, uma espécie de fraternidade dos construtores de catedrais, daí chamarem-se pedreiros livres) - para concluir que "hoje, a Maçonaria faz parte da sociedade".


"Não é necessário assumir filiação"


"É conhecida há muito tempo, tem influência na coisa política, só me admiro é que haja gente a surpreender-se com isso", diz o cardeal patriarca e presidente da Conferência Episcopal.

D. José Policarpo considerou, ainda, "não ser necessário" que os detentores de cargos públicos ou os políticos assumam a sua filiação maçônica. "Não vejo que isso tenha uma relevância muito grande", disse o patriarca.

A posição da Igreja católica em relação à Maçonaria é "imutável", lê-se numa declaração do Vaticano, datada de 1983 e transcrita pela agência Ecclesia. Na altura, a pedido do então Papa João Paulo II, o prefeito para a Congregação para a Doutrina da Fé - cardeal Ratzinger, hoje Bento XVI - pronunciava-se sobre o assunto.

"Permanece imutável o parecer negativo da Igreja a respeito das associações maçonicas, pois os seus princípios foram sempre considerados inconciliáveis com a doutrina da Igreja. Permanece proibida a inscrição nelas", escreveu Ratzinger.



Fonte: Expresso.pt

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