Uma espécie desconhecida de mariposa preocupa produtores da região vinícola do norte da Itália, segundo pesquisadores.
Cientistas italianos descobriram a mariposa em 2006, mas não conseguiram identificá-la.
O que eles sabem é que as lagartas que dão origem às mariposas atacam as folhas das videiras, devorando as partes mais comestíveis, destruindo as plantações.
Ao examinar uma parte do código genético da mariposa, os pesquisadores confirmaram que ela é de uma espécie desconhecida.
A equipe de cientistas italianos teve a ajuda do especialista em insetos do Centro para Biodiversidade de Leiden, na Holanda, Erik van Nieukerken.
"Inicialmente, consultamos a literatura (científica) para descobrir o que já se sabia a respeito", disse o especialista à BBC, acrescentando que eles descobriram que pouco era conhecido sobre este grupo de mariposas.
Nieukerken e a equipe de cientistas examinaram então o código genético da mariposa.
"Percebi que esta mariposa, apesar de ser muito comum na América do Norte, não tinha um nome", disse o cientista.
A nova espécie foi batizada de Antispila oinophylla e, anteriormente, foi confundida com outra espécie da América do Norte, a Antispila ampelopsifoliella.
A descoberta foi divulgada na revista especializada ZooKeys.
Mariposa com preferências
Apenas com os estudos do DNA da mariposa os cientistas descobriram que a nova espécie gosta de videiras. No leste da América do Norte, local de origem desta mariposa, elas se alimentam de vários tipos de frutas silvestres.
Ao observar o comportamento da mariposa, os cientistas afirmam que, na Itália, ela parece ter preferência por folhas das uvas Charddonnay, Cabernet Sauvignon e Muscat.
Até o momento, a nova espécie de mariposa foi encontrada nos vinhedos das regiões de Trento e Veneto, no norte da Itália. Desde que seu primeiro registro, a população destes insetos está aumentando e se espalhando.
Os cientistas afirmam que o impacto econômico da praga ainda não foi determinado e, até o momento, não se sabe como estas mariposas chegaram à Itália.
Nieukerken afirma que é muito fácil ocorrer o transporte acidental de casulos contendo larvas da mariposa em meio a vegetais.
"Elas são muito pequenas e exatamente da mesma cor das folhas. Então, se você está levando plantas, provavelmente você não vai notá-las", disse o cientista à BBC.
O cientista contou ainda que outra espécie de mariposa, deste mesmo grupo, foi descoberta em plantações de nozes e que os especialistas precisam descobrir mais informações sobre estes insetos.
"Este grupo é pouco estudado. Se você souber exatamente o que é e de onde é, você vai saber a história evolucionária... e poderá entender melhor como controlar", disse Nieukerken à BBC.
Fonte: BBC
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