Após a aposentadoria dos ônibus espaciais, a Nasa tem que pagar US$ 60 milhões por cada pessoa transportada nas naves Soyuz.
A agência agora vai investir US$ 300 milhões e US$ 500 milhões em duas empresas para que criem naves que possam levar astronautas. As companhias que ganharem a concorrência devem terminar os projetos até maio de 2014.
Atualmente, cinco empresas parceiras da agência possuem protótipos, projetos e até mesmo veículos prontos que teriam capacidade para levar astronautas ao espaço.
Boeing
Além dos dois novos "táxis", a Nasa já tem acertada a criação de outro veículo. O CST-100 (sigla em inglês para Transporte de Tripulação Espacial) foi desenvolvido pela empresa Boeing. Famosa pelos aviões comerciais, a empresa participou dos mais conhecidos projetos da Nasa, como as missões Apollo, os ônibus espaciais e a ISS. A divisão espacial da Boeing conta com 3 mil funcionários nos Estados americanos do Texas, Califórnia, Alabama e Flórida.
O CST-100 começou a ser desenvolvido em 2010, baseado em outros protótipos da Boeing. O desenho da nave surgiu após um estudo bancado pela Nasa e que custou US$ 18 milhões. Em abril de 2011, a agência investiu mais US$ 92,3 milhões no projeto e, em outubro, autorizou a construção da cápsula.
O projeto prevê que o CST-100 tenha 5 m de altura e capacidade para levar até 7 astronautas. A cápsula deve ficar pronta em 2015 e a empresa prevê a criação de 550 empregos.
Blue Origin
A empresa foi fundada pelo dono do site de compras Amazon, Jeff Bezos. A Blue Origin afirma que seu objetivo é reduzir os custos de levar o homem ao espaço, o que inclui a reutilização dos veículos e até dos foguetes de lançamento.
Hoje, os foguetes são utilizados apenas uma vez, o que representa um grande custo para as agências espaciais. O projeto da Blue Origin prevê que o foguete use a propulsão para realizar um pouso vertical, e assim ser reaproveitado.
Um dos veículos desenvolvidos com esse propósito, chamado de New Shepard, foi projetado apenas para voos suborbitais - que não conseguiriam levar astronautas à ISS. A ideia é que o New Shepard - que já teve testes bem sucedidos - leve à criação de outro veículo, chamado de Biconic, ainda em fase de desenvolvimento.
Sierra Nevada
O Dream Chaser, da Sierra Nevada Corporation (SNC), é o projeto que mais lembra os ônibus espaciais. Ele é derivado do protótipo HL-20, criado pela Nasa e que já passou por diversos testes.
Chama a atenção como seria o lançamento da nave: ela ficaria no topo de um foguete Atlas 5 - você consegue imaginar um pequeno ônibus espacial que, ao invés de ter os foguetes dos seus lados, ficaria no topo de um? O projeto já ganhou US$ 100 milhões da Nasa e seria capaz de levar até sete astronautas à ISS e, no retorno, pousar em uma pista de aeroporto, assim como os ônibus espaciais.
A SNC é uma empresa fundada nos anos 60 e que trabalha no desenvolvimento de tecnologias, seja para uso no espaço ou em uma guerra.
SpaceX
Uma das empresas que mais recebe investimentos da Nasa, a SpaceX já ganhou uma concorrência para levar provisões à ISS. A nave Dragon foi escolhida pela agência. Contudo, além de carga, a cápsula pode ser configurada para levar astronautas ao espaço.
A Dragon será a primeira nave feita por uma empresa privada a chegar à estação espacial. O contrato prevê 12 voos por US$ 1,6 bilhão. A cápsula tem capacidade para transportar 6 t de equipamentos em um espaço pressurizado de 10 m³, mais 14 m³ não pressurizados.
A SpaceX foi criada em 2002 por Elon Musk, o fundador do site de leilões online PayPal, e surgiu com o objeto de diminuir drasticamente o custo da exploração espacial.
Excalibur Almaz
A espaçonave Almaz é uma das mais completas das criadas por empresas privadas. Ao contrário das concorrentes, ela já fez nove testes - todos não tripulados. A empresa que construiu a nave, a Excalibur Almaz Limited, diz que ela é similar à russa Soyuz e às utilizadas nas missões Apollo.
A Almaz tem capacidade para até 500 kg de carga, pode levar até três astronautas e ser reutilizada - inclusive os escudos de calor, geralmente castigados no lançamento e na reentrada.
Chama a atenção a origem do projeto. A empresa, com sede no Reino Unido, utilizou dados de um projeto soviético de mesmo nome. O projeto Almaz da União Soviética deu origem, além da cápsula britânica, ao módulo Zarya da ISS e módulos de outras duas estações espaciais.
Fonte: Terra
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