quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Um oásis de vida sob o deserto de Atacama


Investigadores espanhóis e chilenos encontraram micróbios a dois metros de profundidade, o que reforça a esperança de se encontrar um dia vida em Marte.

Uma paisagem lunar, ou marciana, de uma extrema secura, onde predominam os tons castanhos, que se sucedem ao longo de quilômetros e mais quilômetros, é assim o deserto de Atacama, no norte do Chile.

Mas foi sob este terreno inóspito e infértil que um grupo de investigadores chilenos e espanhóis descobriu agora, a dois metros de profundidade, um verdadeiro oásis de vida, onde se misturam diferentes micro-organismos.

A descoberta, publicada na revista científica Astrobiology, vem reforçar a hipótese de que comunidades semelhantes de micróbios possam albergar-se no subsolo árido de Marte.

A equipe que fez a descoberta em Atacama, coordenada pelo investigador Victor Parro, do Centro de Astrobiologia espanhol (INTA-CSIC), encontrou as comunidades microbianas insuspeitas em habitats subterrâneos ricos em rochas salinas com grande capacidade de absorção de água.

A curiosa particularidade destes micróbios é que eles proliferam sem problemas num meio onde não existe oxigênio, nem luz. Ou seja, são muito "marcianos".

A descoberta foi feita graças a uma tecnologia capaz de detectar sinais ínfimos de vida, designada SOLID, e que foi desenvolvida para futuras missões em Marte. O SOLID é um biochip que inclui um total de 450 anticorpos para identificar material biológico, como açúcares, DNA (material genético) e proteínas.

As amostras podem ser recolhidas, incubadas e processadas automaticamente. E os resultados agora obtidos em terra são muito promissores.


Fonte: Diário de Notícias

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