Período de rotação do planeta está menor do que o medido antes, mostra sonda europeia.
Novos dados da sonda Venus Express, da Agência Espacial Europeia (ESA), mostram que seus dias estão 6,5 minutos mais longos do que as medições anteriores indicavam.
Nos anos 90, a sonda Magellan, em uma missão de quatro anos, usou um radar para penetrar a grossa camada de nuvens do planeta para produzir os então mais detalhados mapas de sua superfície.
Ao observar as periódicas passagens de formações nela, foi possível determinar que o dia em Vênus durava o equivalente a 243,0185 dias na Terra.
Dezesseis anos depois, no entanto, a Venus Express, também usando um radar, verificou que algumas formações estavam até 20 quilômetros afastadas do local onde deveriam estar neste período de tempo, indicando uma desaceleração da rotação.
As novas medições estão ajudando os cientistas a determinar se Vênus tem um núcleo sólido ou líquido, o que ajudaria na compreensão de como o planeta foi criado e evoluiu.
“Planeta irmão” da Terra e no limite da chamada “zona habitável” de nosso Sistema Solar, Vênus é um exemplo de como a capacidade de abrigar vida depende de variáveis sutis.
Com uma atmosfera densa e rica em dióxido de carbono, com mais de 90 vezes a pressão da atmosfera terrestre, ele é vítima de um efeito estufa de proporções infernais, que fazem com que temperatura média na sua superfície passe dos 400 graus Celsius, o suficiente para derreter chumbo.
Se Vênus tiver um núcleo sólido, sua massa estaria mais concentrada no centro. Neste caso, a rotação do planeta seria menos afetada por forças externas.
E a principal delas é justamente a fricção com sua densa atmosfera e seus ventos de alta velocidade.
A Terra enfrenta efeito similar, mas o duração do dia varia aproximadamente apenas um milissegundo e depende sazonalmente dos padrões de vento e temperaturas ao longo do ano.
Fonte: O Globo Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário