Jacinta Souza ainda sente dores provocadas pela descarga atmosférica. Dez dias antes, um homem morreu atingido por um raio na mesma região.
Mesmo com as manchas no corpo, dificuldades para se alimentar, parte do cabelo queimado e muitas dores, Jacinta Maria de Souza se emociona ao lembrar que sobreviveu a um raio quando estava dentro de casa, na Gleba Mercedes, que fica na zona rural de Sinop, a 503 quilômetros de Cuiabá.
“Ainda me dói muito. Estou com o pescoço ruim, sinto muita dor na nuca, mas posso falar que nasci de novo”, disse emocionada.
O filho dela, Alex José Teodoro, de 13 anos, conta que encontrou a mãe caída no chão, dentro de casa, próxima a um interruptor.
“Meu pai pegou ela, colocamos em cima da mesa. Nós ficamos mexendo ela para não endurecer as partes do corpo. Ligamos para o nosso vizinho nos ajudar a levá-la até os bombeiros”, recordou o menino.
Além de ficar inconsciente por alguns instantes, Jacinta ainda teve alguns músculos atrofiados, no entanto, as sequelas permanentes foram evitadas porque o socorro da família foi rápido.
Na região da Gleba do Mercedes, Jacinta é a segunda pessoa a ser atingida por um raio no intervalo de apenas dez dias.
O motorista João Veiga da Silva também foi atingido por um raio quando estava dentro de casa, mas não resistiu e morreu assim que deu entrada no pronto atendimento, em Sinop.
Medo
Depois da morte de João Veiga e do acidente com Jacinta, os moradores da zona rural de Sinop estão em estado de alerta.
O agricultor Nelson Luiz Lidani, afirma que teve o rebanho atingido. Um dos cavalos recebeu uma forte descarga atmosférica.
“Assim que arma um tempo pesado, temos que correr para desligar todos os aparelhos porque é certeza que tem faísca e sempre falta energia. Nesta última chuva que aconteceu, só um raio atingiu seis transformadores e vários animais morreram por causa de raios”, destacou o agricultor.
A empresa responsável pelo fornecimento de energia naquela região, se posicionou sobre as reclamações dos moradores quanto as deficiências na rede elétrica, e garantiu que as quedas de energia na área rural são mais frequentes que na área urbana.
Ainda de acordo com o órgão, os desligamentos de alguns trechos servem para proteger a rede de danos maiores.
Fonte: G1
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