Ossuários de 2 mil anos foram achados em Israel; arqueólogos criticam estudo de cineasta.
O documentarista canadense-israelense Simcha Jacobovici não conseguiu
esconder a emoção ao retirar cuidadosamente duas réplicas de ossuários
milenares de dentro de caixas de madeira. As réplicas, resultado de mais
de quatro anos de trabalho, foram apresentadas ontem pela primeira vez.
Segundo Jacobovici, os ossuários são a chave para entender como os
primeiros seguidores de Jesus Cristo quebraram com as tradições do
Judaísmo para criar a maior religião monoteísta do planeta. E mais: um
deles pode ter sido usado para guardar os restos mortais de um de seus
mais conhecidos seguidores, José de Arimatéia.
Jacobovici e seu
colega, o professor James Tabor, chefe do Departamento de Estudos
Religiosos da Universidade da Carolina do Norte, garantem que os
ossuários contêm as primeiras expressões da fé na ressurreição de Jesus
Cristo, anteriores até mesmo aos Evangelhos.
A tumba com os artefatos
originais tem três metros quadrados e está enterrada sete metros abaixo
do nível da rua sob um prédio em Talpiot Leste. Ela foi descoberta em
1981, mas nunca fora estudada por causa da oposição de judeus
ultraortodoxos (pelo Judaísmo, é pecado violar tumbas judaicas).
Jacobovici
só conseguiu explorá-la depois que prometeu não entrar no local. Usou
um braço mecânico de sete metros com uma câmera de alta resolução na
ponta para “entrar” na tumba com sete ossuários espalhados por nove
nichos.
Dois deles foram reveladores. Entre os desenhos e inscrições
nunca vistos, um exibe o desenho de uma cruz e de uma baleia “cuspindo”
um ser humano, numa clara alusão à passagem bíblica de Jonas.
—
Essa é a maior descoberta arqueológica dos últimos 100 anos. Esses
ossuários são uma verdadeira máquina do tempo para entender o que os
primeiros seguidores de Cristo pensavam — garante Jacobovici.
O
outro ossuário mostra uma inscrição em grego com quatro linhas, que os
pesquisadores acreditam dizer: “DIOS, IAIO, UPSO, AGB”. As palavras
significariam “Deus, Jeová, Eleve-se, Eleve-se”, numa espécie de prece
para que o messias suba aos céus ou ressuscite.
Para o professor
Yuval Goren, do Departamento de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv,
trata-se puramente de ficção científica:
— (As alegações) são apenas populistas e sensacionalistas.
Fonte: O Globo Online
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