A Guarda costeira dos EUA acabou por afundar o navio japonês sem tripulação que se aproximava das costas do Alasca.
Os ecologistas dão o alerta: o
navio Ryou-Un Maru foi apenas o primeiro caso. Mais de um milhão de
toneladas de lixo, arrastadas pelo tsunami do ano passado das zonas
costeiras do Japão, aproximam-se das costas do Alasca.
O navio japonês
foi detetado junto às costas do Canadá ainda em março. Na altura, a
Guarda Costeira preveniu que o navio, estando à deriva, devia ser
urgentemente rebocado para qualquer porto ou teria que ser afundado uma
vez que representava risco para a navegação.
O
proprietário do Ryou-Un Maru foi encontrado mas ele recusou o navio de
volta. Veio a saber-se que a embarcação já era destinada à reciclagem e
que não tinha quase nenhum combustível a bordo.
Subitamente, apareceu o
barco canadense "Bernice C", que deveria rebocar o Ryou-Un Maru para a
margem. Mas os norte-americanos não esperaram por ele e afundaram o
navio japonês.
Recorde-se que em 11 de março de 2011,
a região nordeste do Japão foi abalada por um terremoto de 9 graus. A
catástrofe, denominada de Grande Terremoto Oriental, provocou um tsunami
de 40 metros de altura.
Em resultado deste desastre natural, morreram
ou desapareceram mais de 19 000 pessoas. Cerca de 380 000 casas foram
destruídas ou danificadas .
A onda do tsunami levou o
navio Ryou-Un Maru para longe das costas japonesas. Ora, os
ambientalistas consideram que o navio foi apenas o primeiro. A
catástrofe do ano passado provocou uma verdadeira “onda de lixo”.
Milhões de toneladas de destroços de casas, carros, frigoríficos,
televisões e outros objetos mais pequenos, arrastados para o oceano
Pacífico, aproximam-se inexoravelmente das costas de outros países.
Segundo os cálculos dos cientistas, a parte principal dos destroços irá
alcançar as zonas costeiras da América do Norte em 2013.
Algumas
pessoas têm receio da contaminação radioativa das margens. Recorde-se
que o terremoto e o tsunami no Japão provocaram ainda a fuga de
substâncias radioativas da usina atômica de Fukushima-1.
Por
isso, parte do lixo levado pelas ondas desta região pode ser
radioativo. Ao mesmo tempo, a maioria dos ecologistas considera que o
maior perigo advém não dos destroços que estejam à deriva, mas sim da
água radioativa lançada para o oceano pela própria usina atômica, como
refere Konstantin Zagurovski, perito do Fundo de Vida Selvagem.
“Se
o lixo é proveniente da região de Fukushima, há grande probabilidade de
ter elementos radioativos. No entanto, o problema principal não está de
maneira nenhuma nestes pedaços de casas ou de automóveis. O problema
maior é o permanente vazamento de água radioativa (que serviu para o
arrefecimento do reator) para o mar. Ela vai se acumulando a pouco e
pouco. E tudo isso acaba por chegar a nós, que consumimos o peixe e que
estamos no fim da cadeira alimentar. Em geral, a questão do lixo no mar é
um grande problema a resolver. Ele tem uma influência tóxica no oceano e
nos seus habitantes”.
Entretanto, as autoridades dos
EUA já se preparam para resolver o problema. A probabilidade de
materiais radioativos chegarem à costa é considerada mínima: a maior
parte dos destroços foi arrastada para o mar antes da fuga de radiação
em Fukushima.
As autoridades das regiões costeiras
previnem: quando começarem os trabalhos de limpeza da margem há que ter
alguns cuidados, já que entre o lixo pode haver objetos que pertenceram
a alguém. Eles deverão ser registados e, se houver tal possibilidade,
devolvê-los aos seus proprietários.
Fonte: Voz da Rússia
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