O Dryococelus australis desapareceu em 1920 da ilha de Lord Howe, que se pensava ser o seu único local de ocorrência, dizimado pelas populações introduzidas de rato-preto, mas o inseto-pau gigante sobreviveu na ilha de Ball’s Pyramid, um maciço rochoso isolado, debaixo do único arbusto de Melaleuca sp aí existente, onde foi redescoberto em 2001.
A história de um inseto de tamanho
extraordinário, que se pensava ter sido extinto na primeira metade do
século XX pode, afinal, ter um final feliz.
O Dryococelus australis é um inseto-pau gigante que, devido ao seu exosqueleto duro e 6 patas foi apelidado de lagosta arborícola (tree lobster, em inglês) pela população da ilha australiana de Lord Howe, que se pensava ser o seu único local de ocorrência.
O inseto gigante vivia nesta ilha remota em
1918 quando o naufrágio de um navio proveniente da Grã-Bretanha trouxe
até às ilhas um conjunto de ratos-pretos (Rattus rattus), espécie invasora que no espaço de dois anos se tinha propagado por toda a ilha e dizimado o Dryococelus australis, que rapidamente identificou como presa, e que veio a ser dada como extinta em 1960.
No entanto, em 2001 constatou-se que,
afinal, este inseto-pau extraordinariamente grande, não tinha
desaparecido da face da Terra porque existia uma pequena população na
diminuta ilha de Ball’s Pyramid.
Trata-se de um árido e íngreme maciço
rochoso isolado no mar a cerca de 21 km da ilha de Lord Rowe que possui
um único arbusto de Melaleuca sp sob o qual foram encontrados
24 animais numa expedição que visitou o rochedo tendo como objetivo a
confirmação dos rumores de que o inseto-pau gigante poderia aí
sobreviver.
Uma nova expedição dois anos mais tarde
revelou que aqueles 24 animais eram os únicos sobreviventes da espécie.
Perante a constatação que a espécie se encontrava à beira da extinção,
foi delineada uma operação de salvamento que envolvia a reprodução em
cativeiro.
Depois de muita insistência o governo
australiano deu a autorização para que o projeto avançasse tendo sido
escolhidos 4 animais para se reproduzirem fora da ilha e sob os cuidados
atentos de técnicos especializados.
Dois destes animais morreram rapidamente e a
fêmea do segundo casal também parecia que teria o mesmo destino, mas a
dedicação do responsável da unidade de reprodução em cativeiro de
invertebrados do Zoo de Melbourne evitou o pior.
A fêmea recuperou e produziu os primeiros
ovos que foram incubados e deram origem à população do parque zoológico
que desde então se tem reproduzido de forma consistente – em 2008 era
constituída por 700 adultos e havia 11 376 ovos em processo de
incubação.
A operação de salvamento terminaria com a
reintrodução da espécie na ilha de Lord Rowe após a erradicação das
ratazanas. No entanto, tal está dependente da aprovação por parte da
população local, tendo-se iniciado um processo de sensibilização que
envolveu a realização de um pequeno vídeo que retrata o processo de
eclosão de um inseto-pau do ovo, a que pode assistir aqui.
Fonte: Naturlink
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