O reator ficava numa sala subterrânea na sede da Kodak em Rochester, no estado americano de Nova York
O jornal americano Democrat & Chronicle revelou uma história que deixou muita gente impressionada.
Durante
mais de 30 anos, a Kodak manteve um reator nuclear em operação em sua
sede na cidade de Rochester, no estado de Nova York.
A máquina, que foi
desativada em 2007, funcionava com urânio altamente enriquecido, do tipo
usado para produzir bombas atômicas.
A notícia surpreendeu por dois motivos. Primeiro, mesmo entre os
funcionários da Kodak, pouquíssima gente sabia da existência do reator.
Segundo, desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, o
urânio com alto grau de enriquecimento passou a ser, nos Estados Unidos,
de uso quase exclusivo das forças armadas.
Instituições de
pesquisa que trabalhavam com esse elemento radiativo, como as
universidades de Cornell e Buffalo, desativaram seus reatores.
Segundo
o Democrat & Chronicle, o único reator de pesquisa na região de
Nova York ainda em uso é o da Universidade Politécnica Rensselaer, mas
ele agora usa urânio com baixo grau de enriquecimento, que não serve
para a produção de armas atômicas.
O reator da Kodak era um modelo exclusivo, construído no início dos anos
70. Era pouco maior que uma geladeira. Seu objetivo era gerar um
poderoso feixe de nêutrons.
Essas partículas subatômicas eram usadas em
análises de materiais e testes de compostos químicos. Pode-se visualizar
essa técnica de análise como uma versão muito anabolizada das triviais
radiografias.
Dentro da máquina, uma pequena quantidade
do elemento Califórnio 252 emitia uma carga inicial de nêutrons. As
partículas colidiam, então, com plaquinhas de urânio enriquecido, que
reemitiam nêutrons em quantidade muito maior.
Até onde se sabe, nunca
houve um acidente envolvendo o reator. Ele ficava num porão aonde se
chega através de um labirinto de corredores. E ninguém permanecia no
local quando a máquina era ligada.
O reator não era propriamente secreto, já que é mencionado em
documentos das autoridades americanas disponíveis na web.
Mas, como
segurança contra o terrorismo, a regra, nos Estados Unidos, é evitar
divulgar informações sobre a localização dessas máquinas.
A
Kodak foi autorizada a mantê-la porque a quantidade de urânio usada era
pequena – cerca de 1,5 kg – e seria difícil removê-lo da máquina.
Assim, as chances de o urânio ser roubado eram quase nulas.
Segundo
apurou o Democrat & Chronicle, a decisão de desativar o reator foi
da própria Kodak que, como se sabe, enfrenta uma crise seríssima desde
que a fotografia química foi substituída pela digital.
A empresa entrou
em concordata em janeiro e, em fevereiro, anunciou que deixaria de
fabricar câmeras fotográficas e filmadoras para se concentrar em
sistemas de imagem para empresas.
Fonte: Info
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