quarta-feira, 16 de maio de 2012

Kodak mantinha um reator atômico em porão de prédio

O reator ficava numa sala subterrânea na sede da Kodak em Rochester, no estado americano de Nova York



O jornal americano Democrat & Chronicle revelou uma história que deixou muita gente impressionada.


Durante mais de 30 anos, a Kodak manteve um reator nuclear em operação em sua sede na cidade de Rochester, no estado de Nova York. 


A máquina, que foi desativada em 2007, funcionava com urânio altamente enriquecido, do tipo usado para produzir bombas atômicas.


A notícia surpreendeu por dois motivos. Primeiro, mesmo entre os funcionários da Kodak, pouquíssima gente sabia da existência do reator. 


Segundo, desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, o urânio com alto grau de enriquecimento passou a ser, nos Estados Unidos, de uso quase exclusivo das forças armadas.


Instituições de pesquisa que trabalhavam com esse elemento radiativo, como as universidades de  Cornell e Buffalo, desativaram seus reatores. 


Segundo o Democrat & Chronicle, o único reator de pesquisa na região de Nova York ainda em uso é o da Universidade Politécnica Rensselaer, mas ele agora usa urânio com baixo grau de enriquecimento, que não serve para a produção de armas atômicas.


O reator da Kodak era um modelo exclusivo, construído no início dos anos 70. Era pouco maior que uma geladeira. Seu objetivo era gerar um poderoso feixe de nêutrons. 


Essas partículas subatômicas eram usadas em análises de materiais e testes de compostos químicos. Pode-se visualizar essa técnica de análise como uma versão muito anabolizada das triviais radiografias.


Dentro da máquina, uma pequena quantidade do elemento Califórnio 252 emitia uma carga inicial de nêutrons. As partículas colidiam, então, com plaquinhas de urânio enriquecido, que reemitiam nêutrons em quantidade muito maior. 


Até onde se sabe, nunca houve um acidente envolvendo o reator. Ele ficava num porão aonde se chega através de um labirinto de corredores. E ninguém permanecia no local quando a máquina era ligada.


O reator não era propriamente secreto, já que é mencionado em documentos das autoridades americanas disponíveis na web. 


Mas, como segurança contra o terrorismo, a regra, nos Estados Unidos, é evitar divulgar informações sobre a localização dessas máquinas.


A Kodak foi autorizada a mantê-la porque a quantidade de urânio usada era pequena – cerca de 1,5 kg – e seria difícil removê-lo da máquina. Assim, as chances de o urânio ser roubado eram quase nulas.


Segundo apurou o Democrat & Chronicle, a decisão de desativar o reator foi da própria Kodak que, como se sabe, enfrenta uma crise seríssima desde que a fotografia química foi substituída pela digital. 


A empresa entrou em concordata em janeiro e, em fevereiro, anunciou que deixaria de fabricar câmeras fotográficas e filmadoras para se concentrar em sistemas de imagem para empresas.




Fonte: Info

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