No rio Volga foi concluída uma expedição submarina única – “O segredo dos navios na batalha de Stalingrado”. Esta expedição foi dedicada ao septuagésimo aniversário do início da batalha de Stalingrado.
Durante três dias, um grupo de mergulhadores russos pesquisou o leito do rio procurando navios aí afundados durante a Segunda Guerra Mundial.
A guerra atingiu o rio Volga no
verão de 1942, quando as tropas alemãs se aproximavam de Stalingrado.
A
tomada desta cidade permitiria ao inimigo cortar uma hidrovia de
importância estratégica – os derivados de petróleo para todos as frentes
de batalha eram transportados pelo Volga. Era preciso defender a
cidade, custasse o que custasse.
A batalha de
Stalingrado, - uma das maiores batalhas da Segunda Guerra Mundial, - já
foi tema de numerosos livros e filmes.
Muitos episódios das operações de
combate no rio Volga continuam desconhecidos, embora numerosos
especialistas afirmem que na história jamais houve um perído de tão
grande movimento fluvial em tempo de guerra como o de Stalingrado.
Lanchas blindadas, embarcações antiminas e outros navios realizaram mais
de 35 mil viagens sob o fogo cerrado de artilharia e bombardeios
aéreos, tendo transportado para a margem direita do rio Volga mais de 90
mil pessoas.
Durante a batalha, a frota fluvial do Volga perdeu no
mínimo duas centenas de navios de diversos tipos. Agora, passados 70
anos, os mergulhadores russos tentam encontrar os navios afundados, -
revelou à Voz da Rússia o dirigente da expedição Alexander Elkin.
“O
objetivo básico da expedição é encontrar alguns objetos, considerados
anteriormente desaparecidos e, inclusive, objetos desconhecidos, pois
nem todas as embarcações estavam devidamente registradas. Trabalhamos no
local em que os tanques alemães tinham atingido a margem do rio.
A
passagem de navios era especialmente difícil precisamente neste local e
os alemães procuravam barrá-los. Um outro local de busca é a região de
naufrágio do navio “Iocif Stalin”. Na época de pós-guerra, o navio foi
levantado do fundo mas nós conseguimos encontrar neste local os restos
do seu acastelamento e outros destroços.”
Dezenas de
pessoas de diversas cidades da Rússia participaram desta ação de
pesquisa submarina. A maioria delas são mergulhadores experientes, que
já fizeram dezenas de mergulhos bem-sucedidos em diversas regiões do
mundo.
Nas suas buscas, os mergulhadores se orientam pelos dados obtidos
com ajuda do equipamento hidroacústico e sistemas de satélites.
No
entanto, não se conseguiu investigar todos os quinze objetos previstos
pelo plano, devido a condições de mergulho difíceis e ao tempo de
trabalho limitado da expedição - explica o seu dirigente.
“Com
efeito, a profundidade neste local é muito grande – à volta de 35
metros, - a corrente é forte e a água é fria. São mergulhos bastante
difíceis, efetuados em condições extremas. Verificamos vários objetos
mas conseguimos identificar apenas a chata petroleira “Ob”, afundada em
1942 durante um ataque da aviação inimiga. A embarcação está coberta de
lodo até ao convés. Conseguimos encontrar também várias embarcações
pequenas mas a corrente forte e o tempo curto de realização da expedição
não nos permitiram mergulhar para examiná-los.”
Os
buscadores pretendem continuar este seu trabalho no próximo ano. “Foi
apenas o primeiro passo de testagem,- disse Alexander Elkin. –
Futuramente os participantes da expedição esperam descobrir os locais
exatos de naufrágio de outros barcos e, se tiverem sorte, resgatar
objetos e documentos que permitam identificar tanto os próprios objetos,
como as pessoas que morreram. Os mergulhadores estão certos de que isso
permitirá abrir novas páginas da história da batalha de Stalingrado.
Fonte: Voz da Rússia
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