segunda-feira, 4 de junho de 2012

Terra levou 10 milhões de anos para se recuperar da extinção do Permiano-Triássico



Há cerca de 250 milhões de anos, quase toda a vida no planeta Terra foi extinta.


Apenas um em cada dez espécies de plantas e animais sobreviveram à maior catástrofe conhecida sobre extinção em massa. 
As espécies marinhas foram mais atingidas com 96% de desaparecimento. Escorpiões do mar, trilobitas e uma infinidade de seres foram completamente extintos. Estima-se que apenas 3% de todas as espécies de caramujo e lulas existentes na época sobreviveram.

O estudo da Universidade de Geociências em Wuhan, China, em parceria com a Universidade de Bristol, concluiu que nosso planeta levou 10 milhões de anos para se recuperar completamente.

O desastre, conhecido como “o evento de extinção do Permiano-Triássico”, chamado pela NASA como “A Grande Morte”, ocorreu quando os continentes da Terra estavam amassados em uma única formação, conhecido como Pangea.

Essa extinção colossal teria ocorrido por mudanças climáticas bruscas, chuvas extremamente ácidas, acidificando os oceanos. Alguns teóricos estimam que todo esse processo ocorreu por intensa atividade vulcânica.

Chen e Benton, pesquisadores das duas universidades, examinaram análises de seções de rochas encontradas na China e em todo o mundo para terem uma ideia da linha do tempo da extinção. Eles afirmam que, após o cataclismo inicial, as condições tornaram-se sombrias, com grande quantidade de gás carbônico provocando aumento contínuo do aquecimento global e dezenas de eventos desagradáveis para os seres vivos.

Os animais que conseguiram reconstruir com rapidez seus ecossistemas foram atingidos por inúmeras vezes com grandes problemas ambientais. O equilíbrio natural do planeta só começou a ser restabelecido após 5 milhões de anos.

“A vida parecia estar voltando ao normal quando outra crise aparecida e mudava tudo de novo. As crises no ciclo do carbono foram repetidas diversas vezes e, então, finalmente, as condições tornaram-se normais, após 5 milhões de anos”, comentou Benton.

Somente após os choques ambientais que sistemas complexos de vida começaram a ressurgir. As espécies que apareceram após o evento formaram a base do ecossistema moderno que temos hoje, derivando-se de caranguejos marinhos, lagostas, répteis primitivos e tetrápodes que, posteriormente, tornaram-se dinossauros.

“Muitas vezes vemos as extinções em massa como algo inteiramente negativo, mas neste caso mais devastador a vida se recuperou depois de milhões de anos, surgindo novos grupos. O evento tinha redefinido a evolução. As causas das mortes como chuva ácida, aquecimento global, acidificação dos oceanos, soa estranhamente familiar para nós. Talvez possamos aprender alguma coisa com este acontecimento antigo”, comentou e finalizou Benton em entrevista ao portal britânico Wired.



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