terça-feira, 31 de julho de 2012

As estrelas de rock e os extraterrestres



Durante a atuação dos Porno for Pyros, no Festival de Woodstock, em 1994, o vocalista Perry Farrell começou a falar do caos, resultante dos círculos nas colheitas, concluindo o seu discurso com a frase: "O caos é bonito!". 


Farrell, como muitas estrelas de rock, é um apaixonado pela temática extraterrestre, mas manteve o silêncio quanto à inspiração por detrás de temas como "Cursed Male".


Novas fontes de inspiração ? Produto de uma imaginação fértil ? Exploração dos limites da compreensão humana ? Influência das drogas ? 


Todos eles fatores possíveis de explicar a maleabilidade dos roqueiros, e a aderência a este tipo de fenômenos, ainda inexplicáveis, gerando uma mitologia que arrasta numerosos seguidores, transformando-se em matéria-prima ideal para a criatividade.


O líder dos Muse, Matt Bellamy, transportou para o álbum da banda, "Origin Of Symetry", de 2001, ideias baseadas no livro "The Twelfth Planet", de Zecharia Sitchin, no qual se referia serem os seres humanos "clones geneticamente programados por uma raça-superinteligente, do planeta Nibiru, para extraír ouro da Terra". 


Bellamy, durante a tourne do disco, relatou uma experiência extraterrena que o seu médico atribuiu à desidratação causada pelo consumo excessivo de alcóol.


Na biografia "Starman", de Paul Trynka, o músico David Bowie participou, em 1968, em serões semanais de meditação e avistamentos OVNI, no apartamento da sua companheira de então, a cantora Lesley Duncan. 


Posteriormente, o trabalho "The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars", de 1972, condensou as experiências anteriores, relatando a missão do alienígena Ziggy Stardust no planeta Terra e a formação da sua banda rock, Spiders from Mars, e posterior suicídio. 


Alguns anos mais tarde, Bowie encarnaria o papel do extraterrestre Thomas Jerome Newton, no filme "The Man Who Fell To Earth".


Ainda nos anos 70, bandas que fizeram da ligação ao ocultismo e à ficção científica o seu modus operandi, assinaram algumas músicas sobre o fenômeno. 


Os norte-americanos Blue Öyster cult destacaram-se dos restantes através de canções como "E.T.I. (Extra Terrestrial Inteligence)" mas, no final da década, John Lennon confessou ao seu assistente pessoal, Frederic Seaman, que tinha avistado um OVNI da janela do seu apartamento, em Nova Iorque, no mês de Agosto de 1974. "O objeto era grande, luminoso e pairava sobre o rio Hudson sem fazer nenhum ruído". 


Poucos dias antes de ser assassinado, em 1980, Lennon gravou a faixa "Nobody Told Me", na qual, entre outros aspectos da sua vida pessoal, abordava o episódio relatado.


Personalidades como Frank Black (Pixies), um fã confesso de discos voadores e da base secreta norte-americana, Área 51, no Nevada, ou Dave Grohl (Foo Fighters), transpuseram, em temas como: "Monkey Gone To Heaven" ou "Down In The Park", respectivamente, o espírito new age que percorreu grande parte dos anos 90. 


E do qual não é possível olvidar o papel catalizador, no renascimento do interesse pelo fenômeno, desempenhado pelos agentes Fox Mulder e Dana Scully, na série "Arquivos X".


É possível encontrar resquícios do tema na música de expressão portuguesa na ópera rock de 1978, "10.000 Anos Depois Entre Vênus E Marte", do músico José Cid ou em canções como "Ouro de Tolo", de Raul Seixas. 


De qualquer modo, o grau fantástico da fenomenologia e a curiosidade de que se revestem os contatos (reais ou não), com extraterrestres, continuará a despertar o interesse dos artistas e a vontade de escrever músicas imaginativas.



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