A despeito de todos os avanços (e de todo o reconhecido potencial) da
ciência, as pessoas têm uma certa tendência a buscar explicações
sobrenaturais para fenômenos que elas não compreendem – ao invés de
supor que há razões mais plausíveis que ainda não tenham sido
descobertas.
Assim, não é por acaso que simpatias e superstições não tenham
desaparecido do mundo moderno. “Nós argumentamos que as características
dos rituais são produtos de um sistema cognitivo evoluído”, aponta a
professora de psicologia Cristine Legare, da Universidade do Texas em
Austin (EUA).
Junto com um de seus alunos de graduação, André Souza, ela
realizou um estudo para analisar como os brasileiros enxergam as
simpatias.
Para os 162 participantes, eles descreveram uma série de rituais
similares, porém com determinadas variações (como presença de ícones
religiosos, repetição de passos ou número de itens necessários). Em
seguida, pediram aos participantes que opinassem sobre a suposta
eficácia de cada simpatia.
Nessas análises, três elementos tiveram maior peso: o número de
etapas, a repetição de procedimentos e a duração total do ritual.
Para fins de comparação, os pesquisadores fizeram um estudo similar
com 68 moradores dos Estados Unidos, de diversas crenças e situações
socioeconômicas.
Embora muitos deles não acreditassem, de fato, nas
simpatias, eles mostraram certa inclinação a acreditar naquelas que
tinham mais procedimentos e repetições. Vale lembrar que outros tipos de
rituais e superstições são bem aceitos em boa parte do país.
Essa pesquisa pode dar base para novos estudos sobre como as pessoas
veem lógica no sobrenatural, mesmo sem evidências concretas.
Fonte: Hypescience
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