Uma inesperada descoberta trouxe à luz do dia autênticos tesouros medievais encontrados num túmulo de um mosteiro cisterciense do Reino Unido.
Os objetos estavam ao lado dos restos osteológicos de um indivíduo, possivelmente um padre, de 40 anos de idade, que aparenta ter sofrido de obesidade, de artrite e diabetes tipo 2.
As descobertas foram feitas na abadia Furness,
nos arredores de Barrow, em Cumbria, um lugar que na sua época era uma
das abadias cistercienses mais poderosas e ricas do país.
Os arqueólogos encontraram um báculo de prata dourada e um anel de joias
em excelentes condições de preservação. " É muito raro encontrar
objetos durante este período juntamente com o defunto.
Esta exceção
sublinha o status da abadia e a sua importância durante a Idade Média",
disse Kevin Booth, conservadora de património da Inglaterra.
As descobertas só foram feitas porque foi necessário um trabalho de estabilização na abadia. Durante as escavações de arqueologia preventiva realizadas durante a execução das obras, os membros da equipe depararam-se com o túmulo intacto do abade que continha ainda os seus apetrechos pessoais.
Susan Harrison, técnica de restauro e conservação de património, disse que foi particularmente surpreendente o fato do túmulo não ter sido violado ao longo de 16 do séculos.
O báculo é uma peça pouco comum e o primeiro a ser escavado no país nos últimos 50 anos. Ele possui uma placa de prata dourada na zona central que mostra o arcanjo Miguel a matar um dragão com a sua espada.
O anel - muito grande, provavelmente para um homem com dedos grandes ou
gordinhos - é provável que tenha sido dado ao abade quando da sua
consagração.
"É um anel incomum", disse Harrison. "A moldura é uma forma
de pirâmide apontada . Se uma pessoa o colocar no dedo dificilmente se
esquecerá que o transporta " . É também possível que o anel seja uma
relíquia colocada no dedo do abade aquando do seu falecimento.
Um exame do esqueleto mostrou que o padre era alto, tinha excesso de peso, artrite, diabetes e faleceu, provavelmente, com uma idade balizada entre os 40 e 50 anos.
Susan Harrison sublinhou ainda que estes achados vêm ajudar-nos na
compreensão das práticas funerárias da ordem de Cister em geral e da
abadia de Furness, em particular.
A abadia onde ocorreu a descoberta foi fundada no início do século XII
por Stephen, mais tarde rei de Inglaterra. Na altura em que Henrique
VIII ordenou a sua dissolução, em 1537, era a segunda mais rica de todo o
reino.
Fonte: Jornal de Arqueologia
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