Ex-líder indígena queria vingar morte do filho de 17 anos que cometeu suicídio, diz polícia.
O ex-capitão da Aldeia Paraguaçu, situada na Rodovia MS-295, trecho que
liga Paranhos a MS-156, a cerca de 34 quilômetros da cidade, em
Paranhos, Miltinho Lopes, de 34 anos, foi preso em flagrante na manhã
da quinta-feira (26) acusado de executar uma mulher indígena de 43
anos, por causa de “feitiçaria”.
De acordo com a Polícia Civil de Paranhos, que atua no caso, o crime,
que chocou e gerou revolta na comunidade indígena, aconteceu na noite
da quarta-feira (25).
A vítima, Ângela Duarte, estava em sua casa quando Miltinho,
acompanhado de outros três indígenas, teria chegado à residência e
chamado a mulher pelo nome.
Quando a vítima, que era portadora de deficiência física, abriu a porta
para atender, teria sido surpreendida por um tiro no braço.
Mesmo ferida a mulher teria conseguiu trancar a porta, mas os acusados
teriam a arrombado, adentrado na casa, pegado a vítima e a arrastado até
uma estrada próxima da residência e à executado com mais dois tiros e
golpes de faca.
A prisão
Após tomar conhecimento do crime que teria provocado grande repercussão
e revolta dentro da comunidade indígena, investigadores da Delegacia de
Polícia Civil de Paranhos, com apoio de policiais civis de Sete Quedas e
da Força Nacional de Segurança passaram a atuar no caso.
Em vistoria na residência do ex-capitão, que até então estava foragido,
os policiais encontraram um facão com resquício de sangue, supostamente
da vítima e embaixo de uma árvore próximo a residência, a polícia
encontrou cobertores e lençóis, supostamente usados pelos acusados para
passar a noite e uma espingarda calibre 22 e três cartuchos do mesmo
calibre, todos intactos.
O trabalho de busca continuou e no final da manhã de quinta-feira os
policiais localizaram o ex-capitão na casa de seu sogro.
De acordo com a polícia, ao ser abordado, Miltinho Lopes, que estava
com as roupas sujas, inclusive com respingos de sangue, teria negado o
crime e inventado duas versões.
A primeira foi que na noite do crime estava na Aldeia Limão Verde em
Amambai e havia acabado de chegar na Aldeia Paraguaçu. Logo em seguida
teria apresentado outra versão, dizendo que estava pescando durante a
noite e havia acabado de chegar da pescaria.
Ao notar que suas versões não convenciam, o ex-capitão, que segundo a
polícia já tem várias passagens pela Delegacia de Paranhos, continuou
negando a autoria do crime e disse que quem executou Ângela Duarte foi
seu genro, Edivaldo Benites, que está foragido.
Miltinho queria vingar filho, diz polícia
De acordo com a Polícia Civil, Miltinho, seu genro, Edivaldo Benites e
outros dois indígenas, um identificado como sendo Obaldo Lopes e um
terceiro que ainda não teria sido identificado, teriam executado a
mulher para vingar a morte do filho o ex-capitão, um adolescente de 17
anos, que teria se suicidado dias atrás na reserva indígena.
Segundo a polícia, Miltinho Lopes acusava Ângela Duarte de ter feito um feitiço para que seu filho tirasse a própria vida.
Depois de preso o ex-capitão foi encaminhado para a Delegacia de
Polícia Civil de Paranhos onde foi autuado em flagrante pelo crime de
homicídio doloso, posteriormente encaminhado para a cadeia pública de
Sete Quedas, sede da Comarca, onde permanece preso à disposição da
Justiça.
Fonte: A Gazeta News
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