Ufólogos e entusiastas que passaram a vida coletando evidências de contatos contam o que descobriram.
Questionar a existência de seres extraterrestres é algo que já passou
por muitas discussões de bar. E nunca faltam argumentos acalorados
defendendo a existência ou não de seres alienígenas.
Porém, há quem vá
além da discussão e dedique sua vida a estudar fenômenos ufológicos e
buscar evidências concretas para provar a existência de alienígenas.
O
Centro de Investigações e Pesquisas de Fenômenos Aéreos Não
Identificados (Cipfani) é um desses grupos. Ele funciona em Belo
Horizonte desde 1990 e foi fundado com o objetivo de catalogar e estudar
casos de aparecimento de óvnis e contatos com seres extraterrestres em
Minas Gerais.
De acordo com o pesquisador do grupo, Albert Eduardo, de 54 anos, a
ufologia deve ser separada em duas vertentes: a mística e a científica.
“Na mística, as coisas são subjetivas. Eu trabalho com a linha
científica. Não preciso fantasiar algo que já é fantástico por
excelência. Meu objetivo é buscar dados, provas e relatos que não podem
ser ignorados. Afinal, esses relatos partem tanto de pessoas sem
instrução, que habitam áreas rurais, como de pilotos da força aérea”,
diz.
Albert também fala que não acredita que os visitantes
extraterrestres estejam aqui em missão de paz. “Eles estão aqui para
pesquisar o nosso meio ambiente e vão fazer o que for preciso para
conseguir o que querem. Não estou dizendo que vieram para dissipar a
humanidade, mas eles têm uma agressividade muito grande nos contatos com
humanos, seja física ou psicológica.”
Também pesquisador da Cipfani,
Paulo Werner, de 39 anos, afirma que “muitos governos já admitiram a
existência de óvnis e intervenções de outros planetas na Terra. Países
como Uruguai, Chile e França já abriram todos os arquivos confidenciais
para que o público tenha acesso”.
Para tentar
preparar melhor a Terra para uma possível invasão alienígena, a Cipfani
desenvolveu o Projeto Contato, que visa monitorar áreas em Minas Gerais
onde há grande incidência de fenômenos ufológicos, como a Serra do Cipó e
o Sul do estado.
“Nós queremos visitar esses locais em determinadas
épocas do ano para tentar registrar fenômenos utilizando equipamentos de
tecnologia avançados como softwares de astronomia, filmadoras e câmeras
fotográficas que vão nos ajudar a fazer essa catalogação. Podemos até
tentar fazer contato com as naves através de feixes de luz, mas esse não
é o nosso propósito principal.”
Fora da
Cipfani existem outras pessoas que documentam suas descobertas e
experiências. O ufólogo Antônio Faleiro, de 71 anos, começou a se
interessar pelo estudo da ufologia ainda criança em Passa Tempo, onde
costumava observar o céu junto com o pai, que também acreditava na
existência de seres extraterrestres.
Em 1957, passou a dedicar-se ao
estudo dos UFOs e chegou a trabalhar para a aeronáutica brasileira
investigando objetos aéreos não identificados. De acordo com ele, Minas
Gerais é uma área que atrai ETs, talvez por causa do minério, que seria
um importante objeto de estudo.
Ele conta que, além dos casos que
aconteceram com ele, ocorrências na região frequentemente chegam ao seu
conhecimento.
“Geralmente essas coisas acontecem com gente da zona
rural, pessoas muito simples, sequer sabem que existem outras galáxias,
então é muito difícil elas estarem inventando essas histórias”, diz.
Faleiro já publicou quatro livros relacionados à ufologia: Meus
contatos com os óvnis, Discos voadores e seres extraterrestres no
folclore brasileiro, Aparições divinas ou óvnis e ETs no Brasil. Nessas
obras ele destrincha a forma como os extraterrestres estariam incluídos
em nossa sociedade de forma incontestável.
No livro Meus contatos com os
óvnis, ele conta as experiências próprias de interação com seres
extraterrestres. O primeiro contato teria sido estabelecido em 25 de
outubro de 1981. Antônio dirigia sua moto por uma estrada rural e viu
uma luz muito forte no topo de um morro, próximo a Passa Tempo.
“Eu
conheço aquele lugar e sei que no topo daquele morro não tinha como
haver o farol de um carro ou qualquer outra luz como aquela. Pisquei o
farol da minha moto três vezes e o óvni me respondia com o mesmo número
de piscadas. De repente, o objeto voador começou a flutuar acima do
chão, eu fiquei com medo e fui embora. Mas percebi que o disco voador
estava me seguindo. Quando cheguei em casa, escutei alguns barulhos, e
depois fiquei sabendo que outras pessoas viram o disco voador próximo da
minha casa naquela noite. Nos dias que se seguiram, minha esposa chegou
a ver uma luz caminhando pelos cômodos da nossa casa. E eu vi a
criatura em um momento, à noite, na escola onde trabalhava, mas ela logo
desapareceu”, conta.
Em Belo Horizonte também
há histórias de avistamentos. O desenvolvedor de softwares Jorge
Ibrahim Abbud, de 48 anos, afirma ter visto um óvni em 1973 no Bairro
Sagrada Família. A experiência foi tão marcante que ele começou a
estudar a ufologia.
“Minha pesquisa mais fundamentada é sobre as torres
que existem na superfície da lua e podem ser vistas em fotos que estão
no site da Nasa. Com certeza essas torres não foram colocadas lá por
seres humanos”, fala.
Outra teoria apresentada por Jorge é que existem também os seres
intraterrenos. De acordo com ele, “a terra é oca com duas entradas, uma
em cada polo, e há seres que vivem lá dentro e cuja intenção é nos
dominar. Já estão dominando, tanto é que a gente acorda de manhã,
trabalha todos os dias para ter dinheiro e ser escravos do consumo. Os
seres intraterrenos estão envolvidos nesse esquema. Provavelmente vivem
dentro da lua também, e isso explicaria as torres que lá existem”.
A
dona de casa Ione Gosling, hoje com 77 anos, mudou a forma de pensar
depois que presenciou um fenômeno ufológico. Ela conta que, em meados
dos anos 1980, estava em sua casa no Bairro Sto. Agostinho, em BH, junto
com a mãe e as duas filhas quando viu um grande clarão no céu.
Para não
alarmar a mãe, disse que se tratava apenas de uma pipa voando. Porém,
ela sabia que aquilo era algo muito mais extraordinário. Depois dessa
experiência, passou a se interessar pelos estudos ufológicos.
Participou
de alguns grupos que visitavam localidades onde óvnis haviam sido
avistados para conversar com as pessoas que estavam presentes durante os
acontecimentos e descobrir um pouco mais.
“Eu tinha inúmeros amigos que
se interessavam por óvnis. Isso era muito importante, pois eles eram as
únicas pessoas com quem eu podia falar sobre isso. Minha família sempre
achou que eu era doida. Mas hoje o meu grupo de amigos se dispersou e
alguns faleceram, por isso eu fico mais em casa pesquisando só na
internet mesmo”, conta.
À frente do programa
de TV Realismo Fantástico, que foi ao ar no canal CBH durante oito anos,
o jornalista César Vanucci conta que já chegou a realizar entrevistas
intrigantes sobre fenômenos ufológicos conhecidos mundialmente.
Sobre o
caso Roswell, ocorrido em 1947 no estado do Novo México, nos EUA, ele
entrevistou o Dr. Jesse Marcel Junior, filho do coronel da Força Aérea
Americana responsável por anunciar ao mundo que uma nave espacial havia
sido encontrada.
De acordo com Vanucci, Jesse conta que o pai chegou em
casa transtornado com um pedaço dos destroços da nave espacial que havia
se acidentado.
Cerca de 24 horas depois, o coronel foi obrigado por
seus superiores a declarar publicamente que estava equivocado em
anunciar a existência do óvni e que se tratava apenas de um balão
meteorológico.
César passou a vida observando e
escutando histórias de avistamentos e afirma ter um grande acervo de
dados e registros com filmagens de discos sobrevoando a Praça do Papa,
na capital mineira.
“Sou apenas um observador na condição de jornalista e
procuro buscar informações sobre esses fenômenos transcendentes e
desafiadores da realidade”, conta.
Fonte: Revista Ragga
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