Exploradores amadores descobriram uma nova família de aranhas
nas montanhas Siskiyou, no sul do Estado americano do Oregon, de acordo
com informações da AP.
Os cientistas apelidaram a família de aranhas de Trogloraptor
- versão do latim para ladrão de cavernas, em referência às garras
dianteiras dos animais. A descoberta foi descrita na edição online de
sexta-feira da revista ZooKeys.
Os exploradores enviaram amostras para a Academia de Ciências da
Califórnia, em São Francisco, nos EUA, onde está a maior coleção de
aranhas da costa oeste do país.
Estudiosos disseram que esse tipo de
aracnídeo - de cor marrom avermelhado e do tamanho de uma moeda de um
dólar - tem uma evolução tão distinta que requer a criação de uma nova
espécie. Trata-se da primeira família de aranhas encontrada na América
do Norte desde a década de 1870.
Segundo Charles Griswold, curador de aracnídeos na instituição, foi
preciso muito tempo para descobrir, primeiro, o que o animal não era.
"E
levamos mais tempo ainda para descobrir o que ele é. Usamos a anatomia e
o DNA (código genético) para entender seu lugar na cadeia evolutiva.
Então consultamos outros especialistas de todo o mundo sobre isso. Todos
eles concordaram com a nossa opinião de que essa espécie era algo
completamente novo para ciência".
Jonathan Coddington, curador de aracnídeos no Smithsonian Institution
e diretor associado para ciência no Museu Nacional de História Natural,
concordou que as aranhas representam uma família nunca antes vista.
Norman I. Platnick, curador emérito de aranhas no Museu Americano de
História Natural, disse que a descoberta foi tão excitante para os
cientistas que estudam aracnídeos como a descoberta de um novo
dinossauro é para os paleontólogos.
"Porque essa espécie pertence a um dos grupos mais primitivos de
aranhas e tem o potencial de mudar muitas de nossas ideias atuais sobre a
evolução inicial de aranhas", disse ele.
"Mas é melhor do que um
fóssil, porque podemos estudar todo o organismo, com o seu comportamento
e fisiologia, e não apenas os aspectos dos animais fossilizados."
Segundo Coddington, cavernas tendem a manter espécies primitivas,
impedindo a evolução natural, porque são protegidas de mudanças
climáticas e outras intempéries.
O nome dessa espécie de aranhas - marchingtoni - homenageia o xerife
do condado de Neil Marchington, que estava na expedição à primeira
caverna em 2010. Um ano mais tarde, ele levou os cientistas da academia
para o local para coletar espécimes vivos.
"Muitas vezes, as cavernas
são ecossistemas muito originais e o que encontramos lá pode ser muito
interessante", disse Marchington.
Ele disse que cerca de uma dúzia dos
animais recolhidos estavam nas paredes e no teto da caverna e foi
preciso colocá-los em frascos antes de enviá-los para a academia.
Fonte: Terra
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