terça-feira, 21 de agosto de 2012

Pulgões podem ser primeiros animais capazes de realizar fotossíntese




 Segundo pesquisadores da França, insetos são capazes de usar luz solar para fins metabólicos.


A biologia de pulgões é bizarra: as fêmeas podem nascer grávidas e os machos às vezes não têm bocas, levando-os a morrer pouco tempo depois do acasalamento. 


Em uma adição à sua lista de anomalias, um artigo publicado esta semana indica que eles também podem captar a luz solar e usar a energia para fins metabólicos. De acordo com a revista “Nature” seria a primeira evidência de fotossíntese em insetos.


Os pulgões são os únicos entre os animais que têm a capacidade de sintetizar pigmentos chamados carotenoides. Muitas criaturas dependem destes pigmentos para uma variedade de funções, tais como a manutenção de um sistema imunológico saudável e a produção de certas vitaminas, mas todos os outros animais só conseguem obtê-los por meio de sua dieta. 


Mas, de acordo com uma pesquisa do entomologista Alain Robichon, do Agrobiotech Sophia Institute, na França, os pigmentos podem absorver a energia do sol e transferi-lo para a maquinaria celular responsável pela produção de energia solar.


Embora sem precedentes em animais, a capacidade é comum em outros reinos. As plantas e algas, bem como certos fungos e bactérias, também sintetizam carotenoides, e em todos estes organismos os pigmentos formam parte da máquina fotossintética. 


Nos pulmões, os carotenoides são responsáveis ​​pela pigmentação - é a cor de um pulgão que determina o tipo de predadores que conseguem vê-lo.


Quando os pesquisadores mediram os níveis de ATP dos pulgões, os resultados foram surpreendentes. Pulgões verdes, que contêm altos níveis de carotenoides, produzem significativamente mais ATP do que os brancos, que são quase desprovidos desses pigmentos. 


Além disso, a produção de ATP aumentou quando os insectos laranja - que contêm uma quantidade intermediário de carotenoides - foram colocadas sob a luz, e caiu quando eles foram transferidos para o escuro.


Nancy Moran, geneticista da Universidade de Yale, em Connecticut - responsável pela descoberta original de que os afídeos possuem os genes para a produção de carotenoides - revela, no entanto, que há muitas perguntas não respondidas.


- A produção de energia parece ser o menor dos problemas de um afídeo: sua dieta tem açúcar em excesso, a maioria dos quais eles não podem usar - explica em entrevista para a revista “Nature”.



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