terça-feira, 7 de agosto de 2012

Tutancâmon, sua tumba e tesouros em exposição em Paris



Tutancâmon, o último faraó da dinastia XVIII, teve um reinado breve sem deixar grandes obras para a posteridade, mas a descoberta de sua tumba constituiu uma valiosa contribuição ao entendimento da civilização egípcia.


"Tutancâmon, sua tumba e seus tesouros" é o título de uma amostra de espetaculares dimensões aberta no Parque de Exposições da Porte de Versalles, em Paris.


Em quatro mil 500 metros quadrados, se oferece ao público uma reprodução quase exata das câmaras funerárias e da riqueza arqueológica encontrada em 1922 pelo britânico Howard Carter no Vale dos Reis.


Cinco anos foram necessários para preparar esta exposição onde se mostram mais de mil dos cinco mil objetos que acompanharam ao jovem faraó em sua viagem para o além.


Tutancâmon reinou entre 1336 e 1327 antes da nossa era. Os dados deste período não são muitos. Sabe-se que foi coroado quando tinha entre oito e 10 anos e que morreu muito jovem, com apenas 19 anos, sem ter consolidado seu poder.


Existem numerosas hipóteses sobre sua morte prematura, inclusive se fala da possibilidade de um assassinato, mas um recente estudo publicado em 2010 aponta que a causa de morte pode ser uma doença óssea, agravada pela malária.


Sobre o que concordam os estudiosos é que a fama atual do faraó não se deve a seu reinado, muito curto comparado com o de Tutmés III ou Ramsés II, mas à descoberta de sua tumba, a única encontrada praticamente intacta.


 
A DESCOBERTA

 

O Vale dos Reis está localizado na orla ocidental do rio Nilo. Durante mais de 400 anos foram enterrados ali a maioria dos faraós das dinastias XVIII, XIX e XX, assim como várias rainhas, príncipes e nobres.


Ao longo dos séculos XIX e princípios do XX equipes de arqueólogos encontraram muitos dos enterrados, mas quase todos tinham sido vítimas de saqueadores e muito poucos conservavam completos seus tesouros.


Howard Carter, nascido no Reino Unido em 1874, chegou a Egito aos 17 anos, onde trabalhou como inspetor chefe do departamento de antiguidades do governo e participou em numerosas excavações, entre elas as do faraó Tutmés IV e da rainha Harshepsut. 


Durante vários anos dedicou quase todos seus esforços à busca da tumba do "Rei menino", para o qual foi contratado por Lord Carnarvon, um nobre aficionado à arqueologia.


Finalmente em novembro de 1922 o reduto foi descoberto nas profundidades de uma passarela, à qual se chegava depois de descer 16 degraus.


Esta descoberta, três mil anos após o enterro do faraó, foi um dos acontecimentos mais importantes da arqueologia moderna.

 

Uns cinco mil objetos bem conservados foram recuperados nas quatro câmaras que compunham a tumba e todos se encontram atualmente no museu do Cairo. 


A amostra que hoje se expõe ao público em Paris é a mais completa já apresentada fora do Egito e tem a capacidade de conduzir o visitante pelas escuras câmaras, como se estivesse mesmo no Vale dos Reis.


Em uma reprodução em escala original, os assistentes têm a oportunidade de conhecer o tesouro funerário do legendário faraó tal como foi encontrado por seu descubridor.


Pode-se observar no centro uma grande quantidade de jóias, móveis, armas, carros de combate, leitos rituais, oferendas, vasilhas, cofres e vestidos, unguentos e comidas e outros utensílios que permitiram ampliar o conhecimento da civilização egípcia e seus avanços científicos e tecnológicos.


Está também ali o sarcófago de quartzito que continha três caixões, o último deles de ouro maciço, onde se encontrava o corpo mumificado do faraó.


E junto a ele a máscara funerária, elaborada com ouro e detalhes em vidro e turquesa, uma das obras mais conhecidas do antigo Egito.


Esta exposição é a reconstrução mais fiel das condições reais em que Howard Carter descobriu a fabulosa tumba de Tutancâmon.


Ao mesmo tempo, é uma oportunidade para compreender melhor uma civilização que, vários séculos após seu máximo esplendor, ainda deixa o mundo maravilhado por seu extraordinário desenvolvimento econômico, cultural e social. 


Ainda que talvez seja uma das culturas mais estudadas na atualidade, o mundo egípcio esconde ainda muitas surpresas, seja por seus avanços científicos, ou por suas concepções artísticas e estéticas, expressas tanto em suas grandes obras como nos mais pequenos detalhes.



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