sábado, 8 de setembro de 2012

Cientistas fazem descoberta que muda perfil de primata do Congo




 
 
Os pesquisadores sempre pensaram que macacos da floresta tropical só comessem frutas e pequenos animais como rãs e lagartos. 
 
 
O Gabão é parte da grande floresta tropical do Congo, que cobre uma extensa faixa da África Central.
O aventureiro Guy foi criado nas florestas africanas e se sente em casa aqui. Depois de algumas semanas, já fez até alguns amigos.


Cha-cho, um morador de lá, tem levado Guy aos melhores locais para pescaria da região. Esta fartura de peixes também ajuda a proteger os macacos. Os moradores não precisam caçar para conseguir alimento de qualidade.


Guy chama Cha-cho de gênio da pesca. Ele quer aproveitar e assar os peixes enquanto estão frescos. E chama a equipe de pesquisadores pelo rádio. Vai fazer um almoço especial.


Ele não faria o fogo na floresta, para não espantar os animais. Mas na praia não tem problema. Guy explica que os portugueses foram os primeiros europeus a chegar a esta costa, em 1472. "Provavelmente era o alimento que eles consumiam, assim, do mesmo jeito que ele está fazendo hoje".


Nos 400 anos seguintes, os europeus viriam para cá em busca de madeira, marfim e escravos. Os exploradores estrangeiros nunca se aventuraram muito além da praia: as florestas permaneceram lugares de lendas e mistérios.


Hoje há novos invasores. Madeireiras européias estão abrindo estradas na floresta e deixando um rastro de devastação. 


A cientista Julie já está há quatro semanas trabalhando no seu estudo sobre os mangabeis de topete vermelho. Ela tem trabalhado com guias locais para mapear o habitat dos macacos.


Hoje ela ouviu seus bichos logo cedo. Eles estão cruzando as copas, deixando para trás a área onde dormem, em direção às árvores frutíferas.


Eles são muito rápidos e fica impossível acompanhá-los. Mas ela sabe para onde estão indo. Pela primeira vez, todo o grupo está junto: oitenta macacos.


Até mesmo, esta mãe e o filhote. Julie se impressiona com a agilidade da dupla: o peso extra não atrapalha e a mãe consegue chegar aos galhos mais altos.


"Os macacos de um mesmo bando nunca perdem contato uns com os outros", explica ela. "E nos deslocamentos se revelam experientes acrobatas".


Mesmo com todo o empenho da equipe, os macacos de topete vermelho ainda não estão totalmente familiarizados com os seres humanos.


É algo que Julie gostaria de conseguir antes da partida. Mas ela não tem muito tempo para ganhar a confiança dos animais. Gavin é parte fundamental na equipe de Julie.


As imagens que ele registra dão a ela uma compreensão maior do comportamento dos mangabeis. Mais uma vez ele conseguiu filmar algo interessante. Os macacos estão comendo caranguejos. A bióloga Julie fica impressionada. Não há registros anteriores de que macacos desta espécie comam caranguejos.


Os pesquisadores sempre pensaram que macacos da floresta tropical só comessem frutas e pequenos animais como rãs e lagartos.


É uma das maiores descobertas desta expedição. Prova de que as mandíbulas e os dentes deles são fortes o suficiente para quebrar e abrir os caranguejos.


Mas não só: prova também que eles têm inteligência para apanhar animais que se movimentam com tanta rapidez.


Imagens como estas podem ajudar a explicar como vive esta espécie até agora desconhecida de todos.




Fonte: Globo.com

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