Talvez o tópico mais interessante da astronomia ultimamente é a busca
por vida alienígena. Enquanto não temos uma nave espacial que seja
capaz de cruzar as vastidões interestelares em velocidades superaltas, o
que nos resta é usar espectrógrafos e examinar as atmosferas
alienígenas em busca de subprodutos da vida.
Mesmo que não conheçamos a vida de outros planetas, conhecemos a
química, e ela é a mesma em todo o universo.
Por conta desta química,
alguns gases têm vida bastante curta em qualquer atmosfera, e sua
presença indica um processo que continua repondo as quantidades que são
perdidas por degradação ou reação com outros gases. Nos dizeres do
astrobiólogo David Grinspoon, estamos procurando o desequilíbrio.
Dois gases que têm sido considerados a dica da presença de vida são o
oxigênio e o metano. O oxigênio é extremamente reativo, e a presença de
O2 em alguma atmosfera indica que há algum processo, provavelmente
biológico, repondo o oxigênio perdido.
Outro gás que também tem sido
considerado indício de vida é o metano.
A combinação de metano e oxigênio é considerada uma provável presença
de vida em planetas alienígenas, já que os dois costumam se consumir
mutuamente.
Existem algumas fontes naturais abiológicas de metano, como vulcões e
reações naturais entre água, dióxido de carbono e alguns minerais, mas
em geral se considera que a presença de metano é um indício de vida.
Outra fonte potencial de metano são micrometeoroides ricos em
carbono, que liberam metano à medida que se queimam na atmosfera dos
planetas.
Apesar do nível de bombardeio de micrometeoroides em Marte não
servir para explicar o metano percebido naquele planeta, exoplanetas em
sistemas mais poeirentos poderiam ter uma boa quantia de metano em suas
atmosferas com esta origem, dando um falso sinal de vida.
Este tipo de bombardeio pode acontecer em duas ocasiões diferentes: a
primeira é quando o sistema ainda está em formação, a segunda quando
ele passa por um evento de “Intenso Bombardeio Tardio“, como o que aconteceu com a Terra cerca de 3,8 bilhões de anos atrás.
Calcula-se que durante o intenso bombardeio tardio a Terra recebeu 33
milhões de bilhões de toneladas de micrometeoroides, e Marte, 1,7
milhões de bilhões de toneladas, o que dá 1.000 a 10.000 vezes a quantia
atual, de 40.000 e 12.000 toneladas anuais para a Terra e Marte,
respectivamente. Um bombardeio assim intenso inundaria a atmosfera de
metano.
O trabalho que apontou esta possibilidade, feita pelos astrônomos
Richard Court e Mark Sephton do Colégio Imperial Londres, tem algumas
limitações, como o fato de supor que a química dos micrometeoroides do
sistema solar é semelhante à de outros sistemas estelares. Ainda assim,
os cientistas julgam esta suposição como sendo bastante razoável.
Por enquanto, alguns sistemas já foram encontrados que podem ter planetas e discos de poeira, como Gliese 581,
a 20 anos-luz da Terra, que tem uma e talvez duas “super Terras”. Se
forem encontrados discos de poeira neles, é preciso ficar atento à
possibilidade de “falsos positivos” para a presença de vida, indicado
por metano atmosférico.
Fonte: Hypescience
Nenhum comentário:
Postar um comentário