sexta-feira, 30 de novembro de 2012

“Colapso maia” pode ter ocorrido dois séculos mais tarde do que se pensava
















Um mural de argamassa colorido, com referências a uma das mais importantes dinastias maias, está entre as várias descobertas realizadas recentemente na cidade de Dzibanché, na península de Yucatán, no México. 


Os achados, anunciados pelo Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH), revelam que o chamado “Colapso Maia” aconteceu pelo menos dois séculos mais tarde do que se imaginava. 


Com isso, o sítio arqueológico de Dzibanché teria sido habitado até o século XIII e não até o XI, quando a área teria sido completamente abandonada pela população da região conhecida como “Terras Baixas”.


Dzibanché está ao sul do distrito mexicano de Quintana Roo, em uma área de 40 quilômetros dentro da selva. Ela é formada por quatro conjuntos arquitetônicos: Grupo Principal de Dzibanché, Tutil, Complexo Central e Acrópoles de Kinichná. 


O local viveu o seu ápice no período Clássico (250-1000 d.C.), quando reinou a dinastia Kaan, uma das mais antigas e importantes de toda a era maia.


A arqueóloga Sandra Balanzario, responsável pelo projeto de pesquisa em Dzibanché, disse que as informações obtidas por meio desta investigação indicam que a cidade foi habitada até o período Pós-clássico Tardio (1200-1550 d.C.), “o que é relevante porque nossas investigações anteriores apontavam que a ocupação só havia ocorrido até o período Clássico Terminal (800-1000 d.C.)”, disse a pesquisadora.


"A nossa surpresa aconteceu em um dos conjuntos, onde, em vez de moradias, foram encontrados quatro palácios destinados à administração da cidade, o equivalente ao Departamento do Tesouro. 70% do espaços conservam fragmentos de murais coloridos de argamassa, com pintura e grafite, alguns com desenhos da família Kaan”, descreveu Balanzario.


Entre os vários achados destacam-se um recipiente do Clássico Tardio, que deve ter sido usado em um ritual na época pré-hispânica e que foi depositado como oferenda; uma peça decorada com iconografia de um dos irmãos de Testigo Cielo, um dos mais importantes governantes da dinastia Kaan; e ossos de quatro pessoas que, provavelmente, foram sacrificadas em rituais.




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