Já faz algum tempo que os naturalistas na África notaram algumas peculiaridades nos leões da Etiópia, país do nordeste africano.
A principal diferença é uma juba negra que se estende pela cabeça, pescoço, peito e barriga. O tamanho diminuto (para os padrões deste felino) também chama a atenção.
Mas foi só com uma recente análise genética que foi comprovada a existência de uma nova espécie, da qual eles fazem parte.
A espécie existe apenas ali, no zoológico de Adis Abeba, capital etíope, e já motivou iniciativas de conservação para preservar a espécie.
Os pesquisadores são uma equipe internacional liderada pela Universidade de York, Reino Unido, e o Instituto Max Planck para a Antropologia Evolutiva, na Alemanha.
Os pesquisadores compararam amostras de DNA de 15 leões do zoológico (oito machos e sete fêmeas) com amostras de espécies encontradas na vida selvagem (seis grupos selvagens distintos).
Análises no DNA mitocondrial mostraram que a composição genética dos leões de Adis Abeba é distinta dos outros felinos.
Como nova espécie, esses leões estão sendo beneficiados com ações em prol de sua conservação, incluindo um programa de cópula em cativeiro, para promover a reprodução da espécie.
As análises também mostraram um cenário propício para o endocruzamento, ou seja, o cruzamento entre indivíduos geneticamente parecidos.
Os leões do zoológico são os únicos conhecidos que possuem a juba característica, um indício de que esta espécie talvez exista apenas no cativeiro. Mas nem todas as esperanças estão perdidas, conforme explica o Wildlife Extra:
“Foi sugerido anteriormente que nenhum leão comparável àqueles do zoológico de Adis Abeba ainda exista na natureza, principalmente devido à caça por suas jubas. Contudo, os pesquisadores dizem que, de acordo com as autoridades etíopes, leões com uma aparência similar à dos leões do zoológico de Adis Abeba ainda existem nas regiões leste e nordeste do país, principalmente no Santuário de elefantes Babile, próximo a Harar e ao sul de Hararghe. Essas regiões, dizem os pesquisadores, devem ser priorizadas para pesquisas de campo”.
O professor Hofreiter disse: “Uma questão chave é de que população selvagem os leões do zoológico vieram e se essa população ainda existe; isso obviamente faria dela uma prioridade para conservação.
O que está claro é que esses leões não surgiram no zoológico, mas vieram de algum lugar na natureza – mas não de qualquer população com os dados comparativos que temos”.
Fonte: Jornal Ciência
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