sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Pesquisadores do Iepa realizam escavações no Forte Cumaú, Amapá

Sobre o topo de parte da muralhas do forte, a equipe realiza escavações arqueológicas que permitiram a correlação com fontes iconográficas sobre o Forte Cumaú/ Santo Antonio.


Esta iconografia do Forte, de meados do século XVIII (publicada no livro "As Fortiticações da Amazônia", de Artur Vianna), permitiu a correlação com as atuais ruínas. Nesta figura, estão localizadas de maneira aproximada duas escavações arqueológicas realizadas pelo projeto, que permitiram a confirmação de que a estrutura no Igarapé da Fortaleza corresponde a este desenho do Forte Cumaú/ Santo Antonio.


Pesquisadores, integrantes da equipe de Arqueologia do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), juntamente com o arqueólogo e historiador Fernando Marques, do Museu Goeldi/Pará (especialista em fortificações militares da Amazônia); Eloane Cantuária, da Universidade Federal do Amapá (Unifap – curso de Arquitetura); Augusto Oliveira, historiador e diretor-presidente do Iepa, que, na condição de historiador, também contribuiu nas pesquisas, e Midiani Maciel, professora de História, realizaram pesquisa arqueológica no Forte Cumaú, localizado no Igarapé da Fortaleza, Distrito de Santana.


O projeto, intitulado “Projeto de Pesquisa Histórica e Arqueológica para identificação do Forte Cumaú”, está sendo desenvolvido pelo Iepa com subvenção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). 


Originou-se de demandas da Associação de Bairro do Igarapé da Fortaleza, que encaminhou cartas ao Ministério Público Estadual e ao Iphan cobrando ações de pesquisa e proteção do monumento.


A etapa, realizada nas duas últimas semanas, foi constituída de escavações arqueológicas lideradas pela equipe de Arqueologia do Iepa e pelo historiador Fernando Marques.


Segundo a arqueóloga do Iepa, Mariana Petry, “as escavações possibilitaram a identificação das muralhas do Forte, permitindo uma observação detalhada do sistema de construção empregado com taipas de piçarra e aterro, bem diferente do sistema de blocos de pedra usado na Fortaleza São José Macapá, permitindo também a identificação de vestígios de peças indígenas e europeias, indicando um contato bem acentuado com essas civilizações”, explicou a pesquisadora.


As escavações também possibilitaram relacionar a estrutura que ainda existe na área com uma iconografia sobre o Forte Santo Antônio/Cumaú produzida no século XVIII, o que atesta que o local dessa fortificação é o mesmo, à margem direita da foz do Igarapé da Fortaleza.


O projeto conta ainda com pesquisa histórica sobre a documentação desse período e da fortificação; pesquisa oral sobre as percepções da comunidade a respeito do Forte e também o componente de educação patrimonial que acompanha toda a pesquisa arqueológica. 


O projeto ainda está em andamento e o cronograma de execução prevê sua finalização para janeiro de 2013.


O material até o momento levantado aponta para um potencial muito rico sobre um período pouco conhecido da História do Amapá, além de indicar o interesse da comunidade em valorizar e proteger esse patrimônio histórico e cultural.



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