Preguiça-gigante exposta no Park Shopping, em Brasília.
Fósseis encontrados são de período entre 1,8 milhão e 11 mil de anos antes da chegada do homem
Fósseis de uma preguiça-gigante foram encontrados
por moradores de uma fazenda, no povoado de São Bernardo, no município
de Itatim, a 200 quilômetros de Salvador, onde estava sendo escavado um
tanque.
O projeto Mata Branca, que tem por objetivo a preservação
e o uso sustentável da caatinga e vem realizando trabalhos no local,
enviou dois professores e dois alunos de paleontologia da Universidade
Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) para conhecer o achado, identificar
outros possíveis fósseis e fazer estudos na área.
Para a professora de paleontologia da UFRB e diretora da Sociedade Brasileira
de Paleontologia, Carolina Saldanha Scherer, é importante que se
estudem os fósseis encontrados para que se possa entender um pouco mais
do passado.
“A partir desses estudos é que podemos identificar os animais que habitaram a região, como era a paisagem e o clima usufruído por eles”.
Durante o reconhecimento do local, foi encontrada também uma
falange (osso que forma o dedo da mão e do pé) de um toxidonte,
ancestral de elefante e rinoceronte, evidenciando que se trata de um
local rico historicamente.
Moradora do terreno, Ivanildes afirmou que há mais ou menos 50
anos, quando seu sogro estava escavando um poço nas redondezas, foram
encontrados ossos que pareciam ser da bacia e das costelas de um animal,
mas que pessoas desconhecidas levaram para fora da cidade e não houve
mais notícias dos fósseis.
Segundo Scherer, os fósseis encontrados até agora são de animais de
grande porte do pleistoceno, período quaternário que ocorreu entre 1,8
milhão e 11 mil anos, antes da chegada do homem. Ela destacou que as
pessoas ainda têm a ideia de que os fósseis tenham valor econômico e
explicou que o valor é apenas científico.
A Bahia é um dos estados mais ricos em termos de diversidade e quantidade de localidades focilíferas do pleistoceno.
Fonte: Tribuna da Bahia
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