Camada de ‘cinzas’ se espalhou por diversas regiões e deixou os moradores curiosos.
Uma fuligem de cor branca que se espalhou
por vários bairros do Rio no começo da tarde de ontem chamou a atenção
de moradores do Centro, Glória, Catete, Copacabana, Flamengo, Leblon,
Ilha do Governador e Baixada Fluminense. Alguns foram obrigados a manter
as janelas fechadas.
A fina camada de poeira cobria ruas e jardins. Ao longo do dia, algumas hipóteses foram levantadas para o fenômeno, como por exemplo, que pudesse ser proveniente das cinzas do vulcão Copahue, que entrou em erupção na fronteira entre o Chile e Argentina.
Entretanto, o Comando da
Aeronáutica descartou essa possibilidade e chegou a associar a fuligem
misteriosa a um possível incêndio em Duque de Caxias, teoria
posteriormente refutada também.
Ainda segundo o Comando da Aeronáutica, não houve registro de fuligem nos dois principais aeroportos do Rio de Janeiro: o Galeão, na Ilha do Governador, e o Santos Dumont, no Centro.
Sujeira
Moradora do Catete, na Zona Sul da cidade, a jornalista Renata Manes conta que quando abriu a porta de casa, por volta do meio-dia, se surpreendeu.
“Quando saí para o quintal, vi que
uma fina camada de fuligem cobria toda a frente da casa. Era como cinzas
brancas e sem cheiro. A minha rua também ficou toda coberta pela
poeira. Mesmo com o forte calor, fui obrigada a fechar todas as portas e
janelas”, conta.
O secretário estadual do Meio-Ambiente, Carlos Minc, acionou o Serviço de Emergências Ambientais para investigar a origem da névoa misteriosa.
“A hipótese de resíduos industriais está afastada. Pode ter sido um
incêndio em lixo ou em um galpão”, ressaltou Minc.
Segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, que monitora a qualidade do ar com oito estações fixas e duas móveis, não foi detectada nenhuma anormalidade na tarde de ontem na cidade.
Possibilidades diversas são afastadas e indefinição continua
Em atividade desde sábado, o vulcão Copahue expeliu grande coluna de cinzas a mais de 1.500 metros de altitude. Entretanto, o ministro de Mineração do Chile, Hernán de Solminihac, informou que o vulcão, que entrou em atividade pela primeira vez no século 21, já diminuiu as emissões. O governo chileno emitiu alerta vermelho durante o fim de semana.
Apesar das especulações, autoridades ambientais descartaram a possibilidade da fuligem ter se deslocado do Chile e atingido o Rio.
“Se
fossem cinzas vulcânicas, elas não apareceriam só em alguns bairros e o
fenômeno duraria mais horas”, explicou Minc.
Autoridades também descartaram a possibilidade de a fuligem ser consequência de incêndio na vegetação do terreno da Marinha em Campos Elísios (Caxias), pois as cinzas não conseguiriam chegar à zona Sul.
Fonte: O Dia Online
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