sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Asas de aves surgiram para aquecê-las e não para o voo, diz estudo



O novo estudo foi realizado em conjunto pelas Universidades de Bristol, Yale e Calgary e publicado no jornal Current Biology.


Ele afirma que as aves desenvolveram suas asas primeiramente para se aquecerem, e não para voar. Os estudiosos encontraram penas em dinossauros, organizadas em várias camadas de penas longas, como que para preservar o calor. 
 
 
As camadas eram rígidas e agiam como aerofólios simples e podiam ser usadas para um voo plano limitado.


O estudo encontrou traços de uma versão primitiva de asas em aves pré-históricas, que levariam milhões de anos para utilizar os membros como camuflagem ou adorno para atração de parceiros, e mais algum tempo marcado pela seleção natural até finalmente serem usadas para o voo. A configuração básica das asas continuou a mesma por 130 milhões de anos.


O Dr. Jakob Vinther, da escola de Ciências Biológicas e da Terra da Universidade de Bristol, considera o estudo uma amostra da complexidade da evolução de penas e dos pássaros: “Agora, aparentemente nós vemos que as penas evoluíram primeiramente para isolamento térmico. Mais tarde, na evolução, penas pintadas ou em forma de pás evoluíram para exibição. Essas penas de exibição se mostraram excelentes membranas que poderiam ter sido utilizadas para locomoção aérea, que apenas bem mais tarde na evolução aviária se tornaram o que nós consideramos um voo com bater de asas. Essa nova pesquisa está lançando luz não apenas em como as aves chegaram a voar, mas mais especificamente em como as penas se tornaram o que são hoje – uma das mais incríveis e altamente especializadas estruturas na natureza”, em entrevista ao Daily Mail.
 


Os objetos de estudo da pesquisa foram duas espécies pré-históricas diferentes: o dinossauro Anchiornis huxleyi e a ave jurássica Archaeopteryx lithographica, com 155 milhões de anos de idade. 
 
 
Ambas as espécies combinaram características de dinossauros e aves e permitiam uma investigação de suas penas. 
 
 
As asas investigadas eram bem diferentes das encontradas em aves modernas. Cada pena, individualmente falando, era fraca, devido a eixos delgados. Mas as camadas provavelmente resultaram em um forte aerofólio.


O estudo, contudo, mostrou que as aves pré-históricas não conseguiam separar suas penas, um indício de que alçar voo e mantê-lo em baixas velocidades eram ações limitadas naquele momento. 
 
 
Assim sendo, essas asas eram usadas principalmente para o isolamento térmico, ou, se necessário, para planar em alta velocidade ou voar com um bater de asas.
 
 
 


Conforme a aerodinâmica e a mecânica ficava mais evidente, as asas das aves começaram a incluir uma camada de penas longas e assimétricas com penas curtas escondidas em cima. 
 
 
Essas penas novas poderiam ser separadas e giradas para que os pássaros conseguissem regular a própria altitude e direção de voo, ou até mesmo flutuar.


O Dr. Nicholas Longrich, da Universidade de Yale complementou: “Ao estudar esses fósseis cuidadosamente, nós agora podemos juntar as peças da evolução das asas. Antes, parecia que nós tínhamos asas mais ou menos modernas do [período] jurássico em diante. Agora, está claro que as primeiras aves foram mais primitivas e representaram formas transicionais ligando as aves aos dinossauros. Nós podemos ver as asas lentamente se tornando mais avançadas quando nós vamos do Anchiornis ao Archaeopteryx e a aves mais recentes”.




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