terça-feira, 16 de abril de 2013

Fóssil do maior jabuti do mundo em exposição é apresentado no Acre

Animal viveu na região amazônica há mais de 8 milhões de anos (Foto: Allen Ferraz / Assessoria Ufac)

Trabalho de reconstituição do jabuti levou dois anos.  (Foto: Allen Ferraz / Assessoria Ufac)


Professor Jonas Filho mostra o fóssil original do Purussauro (Foto: Veriana Ribeiro/G1) 
 
 
 
Trabalho de reconstituição do animal levou dois anos para ser concluído. Animal pode ser ancestral dos jabutis gigantes das ilhas Galápagos.
 
 
A Universidade Federal do Acre (Ufac) apresentou o fóssil reconstituído do maior jabuti do mundo em exposição. 
 
 
A apresentação foi feita durante a cerimônia de comemoração aos 30 anos de pesquisas paleontológicas da instituição, nesta terça-feira (16).


De acordo com o coordenador do Laboratório de Paleontologia da Ufac, professor Jonas Filho, o fóssil foi encontrado em 1986 no município acreano de Assis Brasil, na fronteira com o Peru. 
 
 
Porém, como estava muito fragmentado acabou ficando armazenado no laboratório até que em 2011 uma equipe do laboratório começou a trabalhar na reconstrução do animal.


"O trabalho de reconstituição levou dois anos para ser concluído e agora ele estará na exposição permanente na sala de exposições dentro do laboratório de pesquisas paleontológicas da Universidade", explica.
 
 
 
Ancestral dos jabutis de Galápagos
 

Com mais de um metro e meio de comprimento o jabuti acreano era maior do que os jabutis gigantes que viviam nas Ilhas Galápagos e foram encontrados pelo naturalista inglês, Charles Darwin, autor do livro A Origem das Espécies. 
 
 
Aliás, para o coordenador do laboratório de paleontologia da Ufac é provável que uma espécie seja ancestral da outra.


"Provavelmente sejam parentes dos jabutis das Ilhas Galápagos. Tendo surgido primeiro aqui e depois terem saído para aquela região" , especula.


Segundo Jonas Filho, ainda são escassas as informações sobre o animal, tanto que no nome científico consta apenas o gênero, Chelonoidis. 
 
 
O paleontólogo conta que o que os pesquisadores sabem até o momento é que ele viveu na região amazônica e no Peru há mais de 8 milhões de anos atrás no Período Mioceno.


O réptil era onívoro e se alimentava de frutas, carcaças de outros animais, além de pequenos répteis e anfíbios.
 
 
 
Terra de Gigantes
 

Mas o jabuti gigante não foi o único animal de grandes proporções a habitar a Amazônia pré-histórica. 
 
 
Em uma região pantanosa que não lembrava em nada a floresta que é conhecida hoje, tartarugas, jacarés, preguiças e outras espécies conviviam entre si. Em comum o fato de serem todos animais gigantescos.
 
 
"A gente fala da Amazônia com suas onças, capivaras, macacos e várias espécies de plantas e árvores, mas esse é um momento atual", diz Jonas.


Um dos animais que mais chamam a atenção é o Purussaurus brasiliensis, um gênero de jacaré que podia medir mais de 13 metros de comprimento. A Amazônia era também o lar da preguiça gigante.


Segundo Jonas Filho, esses animais foram extintos quando o clima na região mudou. "Eles viviam em uma área de pântano e foram extintos por uma mudança climática que secou os lagos, pois, como eram muito grandes precisaram de muita alimentação e não encontravam", conta.




Fonte: G1

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