Animal viveu na região amazônica há mais de 8 milhões de anos (Foto: Allen Ferraz / Assessoria Ufac)
Trabalho de reconstituição do jabuti levou dois anos. (Foto: Allen Ferraz / Assessoria Ufac)
Professor Jonas Filho mostra o fóssil original do Purussauro (Foto: Veriana Ribeiro/G1)
Trabalho de reconstituição do animal levou dois anos para ser concluído. Animal pode ser ancestral dos jabutis gigantes das ilhas Galápagos.
A Universidade Federal do Acre (Ufac) apresentou o fóssil reconstituído
do maior jabuti do mundo em exposição.
A apresentação foi feita durante a
cerimônia de comemoração aos 30 anos de pesquisas paleontológicas da
instituição, nesta terça-feira (16).
De acordo com o coordenador do Laboratório de Paleontologia da Ufac, professor Jonas Filho, o fóssil foi encontrado em 1986 no município acreano de Assis Brasil, na fronteira com o Peru.
Porém, como estava
muito fragmentado acabou ficando armazenado no laboratório até que em
2011 uma equipe do laboratório começou a trabalhar na reconstrução do
animal.
"O trabalho de reconstituição levou dois anos para ser concluído e agora ele estará na exposição permanente na sala de exposições dentro do laboratório de pesquisas paleontológicas da Universidade", explica.
Ancestral dos jabutis de Galápagos
Com mais de um metro e meio de comprimento o jabuti acreano era maior do que os jabutis gigantes que viviam nas Ilhas Galápagos e foram encontrados pelo naturalista inglês, Charles Darwin, autor do livro A Origem das Espécies.
Aliás, para o coordenador do laboratório de
paleontologia da Ufac é provável que uma espécie seja ancestral da
outra.
"Provavelmente sejam parentes dos jabutis das Ilhas Galápagos. Tendo surgido primeiro aqui e depois terem saído para aquela região" , especula.
Segundo Jonas Filho, ainda são escassas as informações sobre o animal, tanto que no nome científico consta apenas o gênero, Chelonoidis.
O
paleontólogo conta que o que os pesquisadores sabem até o momento é que
ele viveu na região amazônica e no Peru há mais de 8 milhões de anos
atrás no Período Mioceno.
O réptil era onívoro e se alimentava de frutas, carcaças de outros animais, além de pequenos répteis e anfíbios.
Terra de Gigantes
Mas o jabuti gigante não foi o único animal de grandes proporções a habitar a Amazônia pré-histórica.
Em uma região pantanosa que não
lembrava em nada a floresta que é conhecida hoje, tartarugas, jacarés,
preguiças e outras espécies conviviam entre si. Em comum o fato de serem
todos animais gigantescos.
"A gente fala da Amazônia com suas onças, capivaras, macacos e várias
espécies de plantas e árvores, mas esse é um momento atual", diz Jonas.
Um dos animais que mais chamam a atenção é o Purussaurus brasiliensis, um gênero de jacaré que podia medir mais de 13 metros de comprimento. A Amazônia era também o lar da preguiça gigante.
Segundo Jonas Filho, esses animais foram extintos quando o clima na região mudou. "Eles viviam em uma área de pântano e foram extintos por uma mudança climática que secou os lagos, pois, como eram muito grandes precisaram de muita alimentação e não encontravam", conta.
Fonte: G1
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