terça-feira, 30 de abril de 2013

Índio Goytacá era alto e bravo, dizem historiadoras de Campos, RJ


Mês do índio faz relembrar cultura de primeiros habitantes de Campos. Mais de cinco toneladas de material foram recolhidas de sítio arqueológico.

Cabeludo, alto e bravo. Essas são as principais características do índio Goytacá. E no mês em que é comemorado o Dia do Índio, historiadores relembram aquele que foi o primeiro a povoar a região onde hoje fica Campos dos Goytacazes e que serviu de inspiração para o nome da cidade, no Norte Fluminense.


Cerca de 1,5 mil anos depois, a região ainda guarda sua herança, mas ainda falta saber mais sobre suas características e hábitos.



Ossada encontrada no sítio arqueológico do Caju (Foto: Priscilla Alves/ G1)


Ossos foram recolhidos do sítio arqueológico do Caju (Foto: Priscilla Alves/ G1)



“Precisamos estudar mais o índio Goytacá, mas o que já sabemos é que ele era muito arredio e briguento. Tinha uma estatura mais alta que os outros índios e a pele mais clara. Ele gostava muito de nadar no rio Paraíba e em outras áreas alagadas da região. O cabelo do índio era muito comprido na parte de trás e ele tinha a cabeça raspada na parte da frente. Outro traço marcante é que ele não usava nenhuma espécie de tanga, só usava pintura pelo corpo”, disse a historiadora Sílvia Paes.


Segundo a historiadora e diretora do Museu de Campos, Graziela Escocard, as características e a braveza do índio assustaram os colonizadores europeus que vieram para a região.


“Logo no primeiro contato, os colonizadores ficaram com medo porque o Goytacá era muito grande e bravo e não aceitava ser domesticado. Tanto que após esse primeiro encontro, os colonizadores foram embora e voltaram na segunda vez já para exterminar os índios. O que aconteceu em Campos foi uma chacina e uma das maneiras do homem branco contaminar o índio foi com roupas infectadas. Os poucos que sobraram fugiram ou foram domesticados”, contou Graziela.


Cultura do índio Goytacá


A cultura do índio Goytacá começou a ser mais conhecida após as décadas de 60, 80 e 90, quando foi descoberto em Campos um sítio arqueológico com ossadas e cerâmicas dos índios.


O sítio arqueológico do Caju fica próximo de onde atualmente funciona o cemitério do Caju, descoberto durante uma obra da prefeitura.


De acordo com a diretora do Museu Histórico de Campos, Graziela Escocard, cinco toneladas de material foram retiradas da região.


“ Onde hoje é o cemitério do Caju, antes havia um lago e os índios tinham o hábito de enterrar os mortos em urnas em volta de lagoas, por isso foi encontrado tanto material nas proximidades do cemitério. Na região foram encontradas várias ossadas e cerâmicas dos índios goytacá. O material foi levado para o Rio de Janeiro, porque na época a cidade não tinha um local adequado para guardar. Agora com o museu, estamos buscando meios para trazer essa herança dos índios de volta para a cidade”, concluiu a diretora do Museu.




Fonte: G1

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