quarta-feira, 31 de julho de 2013

Rinoceronte fóssil apareceu nos Urais




Cientistas russos fizeram mais uma descoberta sensacional nos Urais. Eles conseguiram desenterrar os restos de um antigo rinoceronte de Merck que tem vários milhões de anos. 
 
 
Este achado poderia eclipsar o do ano passado, quando na mesma área foi encontrado o dente de um antigo porco-espinho.


Mamutes são encontrados no permafrost da Rússia bastante frequentemente, mas um rinoceronte de Merck é algo muito raro, especialmente para os Urais. Estes animais fósseis são normalmente encontrados no sul da Europa Ocidental. 
 
 
O clima lá era mais adequado para os rinocerontes, que preferiam lugares menos frios. No entanto, nos meses mais quentes, eles migravam para o leste e chegavam até o sul da Sibéria, o que é evidenciado por descobertas individuais, disse à Voz da Rússia o chefe de expedição, gerente do Laboratório de Paleoecologia do Instituto dos Urais de Ecologia de Plantas e Animais, Pavel Kosintsev:


"Rinocerontes de Merck foram achados no sul da Sibéria, mas a maioria deles foram encontrados em lugares como margens de rios, fora de seu local de sepultamento original, por isso, era difícil obter quaisquer dados sobre sua biologia. Porque não sabíamos com que tipos de plantas e animais eles tinham coabitado no passado. E aqui, pela primeira vez, encontramos seus restos dentro de uma camada particular junto com os restos de outros animais, o que nos permitirá reconstruir o meio ambiente desta espécie e, consequentemente, construir uma imagem mais completa de sua biologia e descobrir por que ele foi extinto".


Por enquanto, paleoecólogos não têm respostas a estas perguntas. A idade aproximada dos fósseis encontrados é de 120 mil anos. E isso faz os especialistas supôr que o clima dos Urais era diferente do que agora. A importância do achado é que com ele surgiu uma oportunidade de reconstruir o ambiente do último período interglacial, explica o cientista:


"Estamos vivendo hoje num período interglacial. O anterior ocorreu cerca de 120-130 mil anos atrás. Foi naquele período que o rinoceronte de Merck viveu nos Urais. Este animal de áreas quentes veio do sul para estas áreas do norte quando o clima cá aqueceu. O achado sugere que o clima naquela época era mais quente do que hoje".


Rinocerontes de Merck viviam em paisagens florestais, preferindo arbustos e grama alta. Eram animais solitários, até um metro e meio de altura e mais de três de comprimento. 
 
 
Há uma teoria de que foram mudanças do clima e da vegetação que causaram sua extinção. Sendo gradualmente forçado pela glaciação a migrar para o sul da Europa, o animal ainda viveu durante muito tempo em estepes, semelhantes às atuais pradarias americanas. 
 
 
Acreditava-se que os últimos destes rinocerontes viviam no território da Itália de hoje em tempos do homem paleolítico. Idade dos fósseis do rinoceronte de Merck italiano é cerca de 200 mil anos. 
 
 
No entanto, a descoberta dos cientistas dos Urais prova que estes animais ainda existiam mais tarde – 120 mil anos atrás.
 

As escavações na caverna onde foram encontrados os fósseis irão continuar. Especialistas não duvidam que, escavando camadas mais antigas, irão encontrar algo ainda mais sensacional.



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