Joaquim Cunha da Silva em cima do suposto altar inca
Um pesquisador independente localizou um sítio arqueológico no
município de Alta Floresta do Oeste (RO), a 540 quilômetros de Porto
Velho, e já relatou a descoberta ao Ministério Público Federal e ao
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
O farmacêutico Joaquim Cunha da Silva, especialista em citologia
clínica e georreferenciamento, acredita que trata-se de um altar onde
eram realizadas cerimônias sagradas na lendária cidade perdida Paititi,
que teria sido criada pelos incas em fuga após a colonização espanhola
no Peru.
- Existem vários altares similares a esse, que é o primeiro
encontrado no Brasil, em países como Argentina, Peru e Colômbia, onde a
cultura pré-inca, inca e aruaque se desenvolveu – disse Joaquim Silva ao Blog da Amazônia.
Segundo o pesquisador, no sítio arqueológico existem evidências de
assentamento humano e foram recolhidos restos de cerâmica e artefatos
líticos como machadinhas e facas de pedra.
Ele disse que existe também área onde supostamente foi desenvolvida
agricultura, além de outra área onde foi encontrada urnas funerárias de
cerâmica antropomórfica (estátua de barro) com característica aruaque
ou inca.
- Nós também já identificamos geoglifos zoomorfos e antropomorfos,
ou seja, na forma de animais e pessoas. Existe uma construção em
estrutura de pedra e terra no formato de uma pirâmide. No topo dessa
pirâmide existem desenhos de animais e de pessoas, feitos com paisagismo
vegetal. Nesse local, dois geólogos constataram que a presença de um
muro de arrimo, de pedra, é resultante de trabalho humano – afirma o
pesquisador.
Joaquim Cunha da Silva disse que já foram identificados 29 "pilões"
ou "bacias" feitos na pedra do suposto altar.
Ele acredita que
correspondem ao calendário lunar. Em outra rocha próxima, existem mais
sete "pilões" ou "bacias", que o pesquisador supõe que eram usados para
representar as fases da lua e os dias da semana ou o solstício e o
equinócio.
- Imagino que o altar poder ter sido usado em rituais para que os
indígenas se guiassem com o reflexo dos astros e estrelas. Há evidências
no local de que eles se valiam de plantas de poder. No entorno do
sítio, por exemplo, encontramos o cipó e a folha usadas na preparação da
ayahuasca. Tudo isso podia servir como oráculo, para que pudessem
planejar o futuro, fazer previsão de plantações e colheitas.
Joaquim Silva lembra que Bryan, filho do explorador inglês Percy
Fawcett, relatou que o pai, entre 1909 e 1911, fez viagens para
percorrer uma montanha na região e escreveu sobre a existência da
"Grande Paititi". A montanha mencionada por Fawcett é a Serra do Norte
ou Chapada dos Parecis, no Vale do Rio Guaporé.
- O que faço na região desde 2009 é arqueologia de paisagem.
Através de pesquisa em campo, tenho observado a ação do homem no meio
ambiente com a mudança ocasionada por ele, o enriquecimento da flora e a
alteração no relevo. É assim que tenho localizado indicadores
florestais, cerâmicas e artefatos líticos sobre a existência desse e de
vários outros sítios arqueológicos que sinalizam que outros povos muito
avançados viveram na região – acrescenta o pesquisador, autor do blog Eldorado Paititi.
Fonte: Blog da Amazônia
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