Assim como Pandora, a lua habitada do filme “Avatar”, lua extrassolar estaria na órbita de um planeta gigante gasoso
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Estranho sistema “órfão” estaria a 1,8 mil anos-luz de distância da Terra.
Astrônomos
acreditam ter encontrado o que pode ser a primeira lua extrassolar
orbitando um planeta gigante gasoso a cerca de 1,8 mil anos-luz de
distância da Terra.
Mas diferentemente de Pandora, a lua habitada do
filme “Avatar”, e Endor, lar dos ewoks em “O retorno do jedi”, tanto a
lua quanto o planeta seriam “órfãos”, já que não parecem estar orbitando
nenhuma estrela próxima.
Além disso, o estranho sistema foi
detectado por um meio incomum, conhecido como microlente gravitacional,
fenômeno que ocorre quando um objeto astronômico passa em frente de uma
estrela distante do ponto de vista da Terra.
Isso faz com que a luz da
estrela seja desviada pela força da gravidade do objeto, fazendo-a
parecer mais brilhante se observada de um determinado ângulo.
A
descoberta do que pode ser a primeira lua extrassolar foi anunciada por
David Bennett e sua equipe da Universidade de Notre Dame, nos EUA, em
estudo publicado no início desta semana no arXiv, repositório online de
artigos científicos de acesso aberto.
Em 2011, os astrônomos observaram a
luz de uma estrela distante ser amplificada em 70 vezes o seu brilho
normal.
Cerca de uma hora depois, a mesma estrela sofreu novo aumento de
brilho, mas menor, sugerindo que primeiro um grande objeto passou em
frente à estrela, seguido de outro menor.
Diante disso, os
pesquisadores ofereceram duas possíveis explicações para o fenômeno. A
primeira é que os dois objetos estão relativamente próximos do Sistema
Solar, a 1,8 mil anos-luz de distância, compondo um sistema com um
planeta com aproximadamente quatro vezes a massa de Júpiter e uma lua
com cerca da metade da massa da Terra.
A outra, no entanto, é que estão
muito mais distantes e são uma chamada anã marrom, uma estrela
“fracassada” que não conseguiu juntar material suficiente para dar
início às reações de fusão nuclear no seu interior, que tem em sua
órbita um planeta com o tamanho aproximado de Netuno.
Caso seja
realmente um planeta e uma lua, o sistema teria características ainda
mais estranhas do que qualquer outro conhecido pelos cientistas.
Além de
a lua ser extremamente grande, ela estaria orbitando o planeta a uma
distância de cerca de 20 milhões de quilômetros, bem mais que o 1 milhão
de quilômetros que Ganímedes, a maior lua do Sistema Solar, mas com
apenas 2% da massa da Terra, orbita Júpiter.
Isso se junta ao fato de
os dois objetos serem “órfãos”, o que indica que eles teriam sido
“expulsos” do sistema estelar onde se formaram, provavelmente como
resultado de perturbações gravitacionais de outros planetas ou de sua
própria estrela ou estrelas “mães”, no caso de um sistema estelar
binário.
O problema é que talvez nunca saibamos qual das duas
explicações é a correta, já que o fenômeno da microlente gravitacional
que permitiu a detecção dos objetos foi um acaso cósmico que
provavelmente não vai se repetir no caso deste sistema específico.
Mas a
possibilidade de a primeira lua extrassolar ter sido encontrada deverá
reforçar a busca por outras em sistemas planetários “normais”, onde
poderiam estar orbitando gigantes gasosos na chamada “zona habitável”
dos mesmos e, assim, não serem nem quentes demais nem frias demais de
forma a permitir que tenham água em estado líquido e condições de
abrigar vida como conhecemos.
Fonte: O Globo Online
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