terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Cientistas revelam segredos das «cobras voadoras»



 
 
Cientistas solucionaram o mistério de como as cobras «voadoras» conseguem permanecer no ar. Estes répteis raros, encontrados em florestas do sudeste da Ásia, conseguem arremessar-se de árvores e planar, de forma elegante, pelo ar.


Segundo os cientistas, as serpentes mudam radicalmente o formato do seu corpo para gerar a força aerodinâmica necessária para a proeza. As descobertas foram divulgadas na publicação científica Experimental Biology.


Jake Socha, professor da Universidade de Virgínia, nos Estados Unidos, que liderou o estudo, disse: «A cobra não é um planador intuitivo. Quando se olha, diz-se: 'esse animal não deveria conseguir planar'. E na sua forma normal, isso provavelmente é verdade.»


«Mas quando o animal entra no ar, quando descola, salta, e pula de um galho, transforma completamente o seu corpo.»


Existem cinco espécies de cobras voadoras, e todas fazem parte do gênero Chrysopelea.


Os investigadores hoje acreditam entender como essa cobra pode planar pela selva ao invés de rastejar pelo chão.


Socha disse: «Quando o animal salta, retrai o corpo a partir da parte de trás da cabeça até à ponta da cauda. O que faz é girar as suas costelas para frente em direção à cabeça e para cima em direção à coluna.»


Os cientistas analisaram de seguida as forças aerodinâmicas que esta forma alterada gera no ar. E criaram uma cópia de plástico da cobra no seu formato ondulado e colocaram-na num tanque de água corrente.


«A água fluiu sobre ela e medimos as forças do modelo, visualizando também o movimento do fluxo na água, usando lasers e câmaras de alta velocidade», explicou Socha.


O especialista disse que a cobra produziu uma força aerodinâmica comparável, em escala reduzida, à criada por uma asa de avião.


A equipe acredita que a cobra combina essa transformação física com uma «dança flutuante» para voar através da copa das árvores.


«Ela move a cabeça de um lado para o outro, fazendo ondas em direção a parte inferior do seu corpo, e parece que está a nadar no ar», disse Socha.


Os cientistas dizem que a cobra poderia ajudar a inspirar o desenvolvimento robótico, e criar máquinas que podem potencialmente rastejar, escalar e planar.
 
 
 

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