Uma tatuagem cristã foi descoberta no alto da coxa de uma mulher sudanesa mumificada.
Novas imagens divulgadas pelo Museu Britânico mostram a tatuagem antiga, que remonta há 1.300 anos atrás.
O cadáver bem preservado foi descoberto durante uma escavação
arqueológica recente no norte do Sudão ao longo das margens do Rio Nilo.
Tomografia computadorizada permitiu aos pesquisadores espreitar sob a
pele da mulher e olhar para os seus ossos, enquanto imagem infravermelha
mostrou a sua fraca tatuagem na coxa com mais clareza.
Pesquisadores do Museu Britânico interpretaram a tatuagem como um
monograma para o arcanjo Miguel, empilhando as letras gregas antigas que
soletram Miguel (MIXAHA). Os arqueólogos já encontraram o símbolo
estampado em mosaicos de igrejas e artefatos, mas nunca antes em carne
humana.
Daniel Antoine, curador da descoberta, afirmou que a arte no corpo
antigo é a primeira evidência de uma tatuagem deste período, chamando-a
de "achado muito raro". Antoine não sabe ao certo qual o propósito da
tatuagem, mas especulou que poderia ter tido a intenção de proteger a
mulher.
A múmia irá ser colocada em exposição no Museu Britânico, em Londres, em
maio próximo, como parte de uma exposição chamada "Vidas antigas: Novas
descobertas". A múmia não é a primeira, ou até mesmo a mais velha, a
ter tatuagens.
Era comum encontrar tatuagens em muitas culturas ao redor do mundo,
tendo sido vistas tatuagens em múmias encontradas em lugares como o
Peru, Egito e Filipinas, que atestam uma história longa e diversificada
de arte corporal.
Ötzi, a múmia mais antiga da Europa, também tem tatuagens antigas. A
múmia foi encontrada congelada nos Alpes em 1991, e possui várias
tatuagens, principalmente sob a forma de pequenas linhas e cruzes,
gravadas na fuligem em torno das suas articulações.
As marcações são suspeitas ter sido menos decorativas do que
terapêuticas, já que se pensa Ötzi poderá ter sofrido de dor nas
articulações antes de morrer. Outra múmia congelada notável descoberta
na década de 1990 também tinha tatuagens.
Fonte: Ciência Online
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