Pesquisadores de instituto brasileiro e universidade norte-americana
identificaram nova espécie no Rio Negro. Somente em 2013, 84 novos
peixes foram descobertos no bioma Amazônia.
Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e
da Universidade de Massachusetts Amherst anunciaram a descoberta de uma
nova espécie de peixe elétrico no Brasil. O anúncio foi publicado nesta
semana na revista especializada Proceedings of the Natural Sciences of
Philadelphia.
O peixe foi localizado no estado do Amazonas em vários afluentes do
Rio Negro. Os pesquisadores Cristina Cox Fernandes, Adília Nogueira e
José Antonio Alves Gomes fizeram a descoberta.
A nova espécie, batizada
de Procerusternarchus pixuna, produz descargas elétricas em pulsos
distintos que podem ser detectadas por outros peixes.
"Com as mudanças ambientais afetando rios no mundo inteiro e na
região Amazônica, a fauna aquática está sob diferentes pressões. As
populações de peixe estão diminuindo devido à poluição, às mudanças
climáticas, à construção de usinas hidrelétricas e a outros fatores que
resultam em perda e modificação do habitat. Assim, a necessidade atual
de documentar a fauna de peixes se tornou mais urgente", diz Fernandes.
Segundo a pesquisadora, a descoberta está levando a uma nova
interpretação de classificações e interrelações entre grupos da mesma
família.
Além disso, assim que a diversidade de peixes elétricos for
mais bem documentada, cientistas poderão investigar as possíveis causas
da radiação adaptativa ao longo da cadeia evolutiva, afirma Fernandes.
No ano passado, a mesma equipe já havia descoberto outras três novas
espécies de peixe elétrico localizadas também na região Amazônica.
Esse
tipo de animal tem pouca importância comercial e ainda há poucos estudos
sobre eles, especialmente os encontrados nos rios da região Amazônica.
Duas das espécies identificadas em 2013, Brachyhypopomus walteri e
Brachyhypopomus bennetti, eram muito semelhantes entre si e foram
classificadas no subgênero Odontohypopomus, por possuírem dentição.
Segundo o Inpa, esses peixes usavam os sinais elétricos na comunicação
entre espécie e para localizar presas e predadores.
Fernandes conta que, quando começou a estudar peixes elétricos, menos
de 100 espécies haviam sido documentadas. Agora esse número
praticamente dobrou.
A biodiversidade completa da Floresta Amazônica ainda é desconhecida.
Somente em 2013, foram identificados 258 novas espécies de plantas, 84
de peixes, 58 de anfíbios, 22 de répteis, 18 de aves e uma de mamíferos,
além de diversas espécies de insetos e outros invertebrados.
Fonte: Terra
Nenhum comentário:
Postar um comentário