sexta-feira, 23 de maio de 2014

Fóssil de crocodilo com outro crocodilo na barriga é achado em SP



 
 
Descoberta foi feita na região de General Salgado, interior de São Paulo. Esta foi a 1ª evidência de que crocodilos se alimentavam de mesmo grupo.
 
 
Pesquisadores do Departamento de Biologia da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto descreveram uma nova espécie de crocodilo, já extinta, a partir de um fóssil encontrado no interior de São Paulo.


A descoberta é especialmente curiosa, pois o fóssil do Aplestosuchus sordidus - como foi nomeada a nova espécie - apresentava vestígios de uma outra espécie de crocodilo em sua cavidade abdominal.


O achado foi descrito em um artigo publicado na revista científica "PLOS ONE" neste mês. Segundo os autores, esta é a primeira vez que evidências concretas de predação entre diferentes espécies de crocodilos são encontradas em um fóssil.


O crocodilo foi encontrado na Formação Adamantina, o que indica que o animal viveu no período Cretáceo Superior, há cerca de 70 milhões de anos.


Fósseis de várias outras espécies de crocodilo já foram encontrados na região, que abrange o oeste do estado de São Paulo, parte de Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.


A descoberta do Aplestosuchus ocorreu no município de General Salgado, que fica a cerca de 560 quilômetros de São Paulo.


Enquanto o Aplestosuchus sordidus faz parte do subgrupo dos baurussuquídeos, crocodilos carnívoros terrestres, a espécie encontrada em sua barriga pertence aos esfagessaurídeos, crocodilos menores onívoros ou herbívoros.


O nome Aplestosuchus sordidus, que significa "abominável crocodilo guloso", faz referência ao conteúdo encontrado no estômago do animal.


“Considero este um dos achados paleontológicos mais importantes realizados no país nos últimos anos, pois foi, em escala mundial, o primeiro registro confiável de conteúdo estomacal em crocodilos fósseis e a primeira evidência de predação entre diferentes espécies de crocodilos fósseis”, disse à Agência Fapesp o pesquisador Max Cardoso Langer, professor do Departamento de Biologia da USP de Ribeirão Preto. A descoberta foi o tema de mestrado de seu orientando, Pedro Lorena Godoy.
 
 
 
Fonte: G1

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