Material era da etnia Palikur que viveu na região entre anos 1000 e 1300 d.C.
Por: Paula Monteiro
Sete urnas funerárias estão sendo escavadas na
comunidade de Curiaú Mirim (distante oito quilômetros da capital), no
Amapá.
O material em cerâmica, pertence à etnia Palikur, pode guardar
restos mortais ou oferendas fúnebres (ritual comum na cultura indígena).
O Centro de Pesquisas Arqueológicas(CPArq) do Instituto de Pesquisas
Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), responsável pela
escavação,realizará o trabalho de descoberta e remoção dos objetos até o
fim de maio.
O sítio arqueológico foi descoberto em 2011, quando um morador local
encontrou restos mortais em um ramal próximo da área. De lá para cá,
foram achados 19 urnas funerárias.
“Esse sítio é um dos maiores do
Estado. As peças comprovam a troca de mercadorias e interatividade entre
os índios de lugares distantes um do outro, como de Santarém e Ilhá de
Marajó, no Pará, com o interior do Amapá”, afirmou o arqueólogo e
coordenador da pesquisa, João Saldanha.
O local indica que o cemitério indígena também era uma aldeia. “Os
índios não faziam essa distinção. Moravam e enterravam seus entes
queridos no mesmo lugar”, explicou Saldanha.
A prova disso são alguns
fragmentos de cerâmica de suportes que auxiliavam na edificação das
moradias, também encontrados no sítio. “A área possui dois mil metros
quadrados. Aqui deve ter muito mais urnas para serem exploradas”,
garantiu o arqueólogo.
Potencial arqueológico
Saldanha classifica o Estado como grande potencial para a arqueologia.
“A orla de Macapá até o rio Matapi possui uma extensa área com achados
arqueológicos”, afirmou.
No dia 29 de abril deste ano, um morador do
bairro Marabaixo IV, zona Oeste da capital, encontrou duas urnas
arqueológicas enquanto escavava o terreno da sua residência para a
construção de uma fossa.
Fonte: Arqueotrop
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